O Brasil é um gigante apequenado pela corrupção
institucionalizada e pela falta de perspectiva de um futuro melhor. Políticos
mesquinhos, cínicos e sem qualquer escrúpulo roubam de tudo. No atacado e no
varejo. Nada escapa. Desde o dinheiro para construir, equipar escolas e pagar salário
decente aos professores até o leite das criancinhas. Eles não se envergonham de
nada. Nem de ver o país na rabeira dos rankings internacionais de educação.
Afinal,
pra que escola de boa qualidade? Essa gente está mais preocupada é com os
milhões de votos que o Bolsa Família rende. Sabe que só o conhecimento
emancipa, liberta e verdadeiramente tira o cidadão da miséria. Logo, em vez de
investir em educação, oferece a quem estuda na rede pública o atalho fácil das
cotas. Esse tem mais apelo eleitoral. Reforça o discurso da luta de classes. E,
claro, rende mais votos. Simples assim.
Mas é
tudo culpa do PT? Claro que não. Dinheiro público rouba-se desde a chegada dos
colonizadores. A diferença é que os petistas chegaram ao Planalto prometendo
ética na política e combate sem trégua à corrupção no país. Não fizeram uma
coisa nem outra e ainda implodiram a boa-fé de quem votou nos candidatos do
partido. Pior: a impressão, generalizada, hoje é a de que nunca se roubou tanto
no Brasil como agora. As cifras bilionárias do assalto aos cofres da Petrobras
impressionam. Perto do escândalo do petrolão, as maracutaias de notórios
ladrões do erário parecem café pequeno.
Já nem dá
mais para alegar que tudo é culpa da herança maldita deixada por FHC: com a
reeleição de Dilma, o PT caminha para 16 anos no poder. Enquanto a conjuntura
internacional favorável ajudou, principalmente com a venda em alta de
commodities à China, a economia nacional surfou, criou pleno emprego e
impulsionou a ascensão de uma nova classe média.
Era a
hora de fazer as reformas estruturais de que o país tanto precisa. Mas tanto
Lula quanto a presidente não souberam ou não quiseram aproveitar a
oportunidade. Sobretudo a presidente. O governo dela apostou em políticas
econômicas erradas. Maquiou números para esconder a realidade e estragou tudo.
Hoje, com o cenário externo adverso, resta uma crise ética e financeira a
assombrar os brasileiros. E a constatação de que a saúde, a mobilidade urbana e
a educação andaram para trás. No Brasil dos últimos 12 anos, afanou-se até a
esperança de quem não tinha medo de ser feliz.
Por: Plácido Fernandes Vieira – Correio Braziliense