O discurso do governo é
de que a mudança é temporária até que sejam resolvidas todas as pendências para
a liberação e ocupação do Centro Administrativo de Taguatinga
Para economizar R$ 14,4 milhões
anuais gastos em aluguéis de imóveis, o GDF começou a mudança de três
secretarias para o Estádio Nacional. A pasta de Desenvolvimento Humano e Social
está se acomodando na arena nesta semana. Na sequência, a Secretaria de Esporte
e Lazer desembarca nas dependências. Por fim, a equipe de Economia e
Desenvolvimento Sustentável irá para o Mané Garrincha.
O discurso
do governo é de que a mudança é temporária até que sejam resolvidas todas
as pendências para a liberação e ocupação do Centro Administrativo de
Taguatinga. A expectativa do GDF é que a questão esteja sanada até o
final deste ano.
Para o
secretário de Gestão Administrativa, Antônio Paulo Vogel, a mudança provisória
não é a solução ideal, mas a economia gerada justifica a decisão.
Vogel garante que a presença das pastas não atrapalhará
os eventos no estádio, da mesma forma como o funcionamento das
secretarias não será prejudicado, pois ficarão em locais separados dos
pontos de operação do Mané. Segundo o governo, a mudança também não
afetará um eventual processo de concessão da arena para a iniciativa privada,
medida que está em estudo no Buriti.
Mais endereços
O GDF
estuda outras trocas provisórias de endereço de órgãos públicos, fora do
estádio, para driblar o aluguel de imóveis. “Está ocorrendo um movimento em
todas as secretarias, em todas as áreas de governo para reduzir espaços
alugados”, comentou Vogel.
Por exemplo,
parte da própria pasta de Gestão deve se mudar de três andares alugados de um
edifício no Setor Bancário Sul, para o Anexo do Buriti. Neste caso, a economia
estimada é de R$ 1,2 milhão anuais. A pasta de Ciência e Tecnologia deixou
imóvel alugado no Setor Comercial Sul para ocupar parte do prédio-sede da
Educação.
Problemas
a médio prazo
Se a curto
prazo a mudança provisória das três secretarias para o Mané Garrincha pode
culminar na economia em aluguéis, a médio prazo a decisão pode gerar problemas
para o GDF. Esta é a avaliação do professor de administração pública da UnB,
José Matias-Pereira.
“Caso essa
mudança se estenda, poderá descaracterizar o estádio, acabando com aquela visão
de vitrine. Isso pode atrapalhar a busca por uma parceria privada”, afirmou.
Segundo o especialista, o Mané Garrincha, por si só, já é um mau exemplo de
gasto público e, hoje, apenas uma parceria privada poderia torná-lo
sustentável.
Para
Matias-Pereira, a temporada no estádio poderá gerar problemas no trabalho das
secretarias, pois cada uma possui especificidades e necessidades distintas de
um complexo esportivo.
Na análise
do especialista, o GDF deveria buscar uma solução definitiva e focar esforços
na abertura do novo Centro Administrativo. “Essa mudança é uma medida
paliativa. E nada que é feito de maneira paliativa é bom para o governo e nem
para a população”, criticou.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília - Francisco
Dutra Especial para o Jornal de Brasília