Foram longas e exaustivas reuniões. Discussões intermináveis
sobre temas simples e complexos. Animal de estimação? Beleza? Casa? Moda?
Saúde? Quais seriam os assuntos fixos? O que mais comporia as 40 páginas? Sobre
o que os colunistas falariam? Qual a linguagem ideal? A única certeza que
tínhamos, amparada por uma pesquisa que identificava um nicho de mercado, era o
nosso público: mulheres de 22 a 45 anos, das classes A e B. Da necessidade de
dialogar com essas pessoas e ampliar o alcance do jornal, nasceu a Revista do
Correio, a primeira publicação com a capa em papel couchê, num formato
totalmente diferente dos outros suplementos do jornal.
Eis que
já nos primeiros números, descobrimos o óbvio. Com uma base de assinantes e de
leitores heterogênea, uma publicação mais requintada ganhou a atenção de todos,
não apenas de mulheres com aquele perfil. Os homens também se interessaram; os
mais velhos, ainda mais. Mantivemos o foco, mas com uma estratégia importante:
não falamos da mulher apenas; mas para ela. Há uma diferença gritante nisso,
embora seja de sutil percepção. Não apontamos a seta para a figura feminina,
mas para a direção do olhar dela. Assim, abrimos o leque. Podemos falar sobre
tudo o que é de seu vasto universo de interesses. Nesse processo, envolvemos as
famílias e os mais diversos públicos.
Saúde,
sexo, comportamento, relacionamento, educação, moda, trivialidades, viagens,
superação, emoção, bichos, beleza, design, culinária, personalidades e
tendências da cidade. Vislumbramos o mundo, mas sem jamais perdermos a raiz no
local, na cidade. Há uma década, falamos de tudo isso e muito mais. A cada
domingo, a capa é uma surpresa. Mais leve, mais útil, às vezes; noutras,
debates mais profundos e necessários. Agradamos e, às vezes, desagradamos. Faz
parte. Muitas vezes, transgredir traz gratas surpresas. Também as críticas
negativas que tivemos ao longo de todos esses anos só nos fizeram crescer.
Ouvimos
nossos leitores com atenção e respeito. Dessa interação e da certeza de que a
Revista permanece muito atraente, é que ela completa 10 anos praticamente como
veio ao mundo. Foram pouquíssimas mudanças. Elas virão, certamente, pois são
necessárias. Mas nunca tivemos pressa em mexer no que dá certo. Não por
covardia, mas por respeito ao produto e à sua história.
A Revista
é o suplemento mais consolidado do Correio. Mais do que isso, é colecionado,
admirado, compartilhado, guardado. É com alegria que dividimos esse
sucesso hoje com os leitores, parceiros, colaboradores e anunciantes. Graças a
vocês, completamos uma década. Que venham os próximos 10 anos.
Por: Ana Dubeux – Editora Chefe de Jornal Correio Braziliense