O senador
Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que
ainda é preciso “cautela” ao se discutir eventual pedido de impeachment da
presidente Dilma Rousseff. Ele disse, porém, que com a delação premiada do dono
da UTC, Ricardo Pessoa, detalhada na edição
de VEJA desta semana, e a possível rejeição das contas
do governo pelo Tribunal de Contas da União, esse desfecho se torna cada vez
mais próximo.
“Continuo
tendo a cautela de sempre nessa questão, mas é perceptível que o conjunto da
obra leva a uma indignação da sociedade brasileira e essa indignação é um dos
insumos necessários para que se chegue a essa desfecho”, disse o tucano,
derrotado por Dilma na disputa presidencial em 2014. “Nós vamos conversar no
início da semana com todas as lideranças para definir de forma clara os
próximos passos que vamos dar. Mas o cerco é cada vez maior. E como diz aquela
expressão erga omnes, usada numa operação da Polícia Federal, mais do que nunca
a lei é para todos. Quem cometeu os delitos vai ter que responder por eles.”
Aécio
também defendeu o ex-candidato a vice-presidente em sua chapa, o senador Aloysio
NunesFerreira (PSDB-SP),
também citado por Pessoa. “Não se pode misturar um apoio legítimo, que um
candidato recebeu, declarado na Justiça Eleitoral, com o assalto comandado pelo
PT que foi feito na Petrobras”, afirmou.
O tucano criticou a postura do ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, que foi a público falar contra o governo Dilma, sua sucessora e
apadrinhada política, e afirmou que ela está “no volume morto”, e o PT, em
nível mais baixo ainda, só interessado “em cargos e eleição”. “Lula tenta agora
se descolar do governo, como se pudesse haver uma criatura sem um criador. O
nosso papel agora será mostrar que não haveria Dilma sem Lula e não haveria
esse governo se não houvesse Lula e não houvesse Dilma. Eles são uma coisa só”,
afirmou Aécio. Informações da Veja.