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A mancha do petróleo brasileiro pelo mundo II

Com a queda nos preços do petróleo nos mercados externos, o quadro de descrença internacional na capacidade da Petrobras respinga nos atuais contratos de exploração do pré-sal. O International Business Times, publicação on-line em quatro línguas, abre sua manchete citando o caso Petrobras como “o maior caso de corrupção da história do Brasil”.

Diz ainda, com destaque, que o escândalo tem levado à prisão altos figurões do atual governo e ameaça outros mais. O noticiário abre com a declaração da presidente Dilma dizendo que desconhecia a ocorrência de desvios de dinheiro dentro da estatal e que esses fatos se restringiam a episódios acontecidos apenas no âmbito da própria empresa.

O texto, em alemão, dá ênfase também à prisão dos principais executivos das maiores empresas do país, fato que jamais havia ocorrido. O jornal cita ainda o desmantelamento de um dos maiores cartéis (conhecido no país como clube das empreiteiras) que combinavam entre si quem venceria os contratos com a Petrobras.

Todas as notícias têm sido negativas para a imagem da Petrobras no exterior, prejudicando, sobretudo contratos futuros que requerem da empresa uma postura e uma imagem de seriedade em todos os negócios que realiza.

O arranhão na imagem da Petrobras no exterior talvez tenha sido a maior perda para a empresa, por se tratar de uma forma de capital que só tem lastro com anos seguidos de muitos esforços. Para uma empresa multinacional, com negócios firmados em todo o mundo, a mancha deixada pelas investidas da corrupção necessitará de muitos anos para ser debelada.

Também a atuação direta do Partido dos Trabalhadores nos episódios de corrupção na estatal é destacada, apontando-se o partido como o principal beneficiário no desvio de dinheiro e o principal articulador do grande esquema. O que o articulista do periódico alemão chama de tsunami na atividade política do país é comprovado com a prisão de empresários das principais financiadoras das campanhas eleitorais. O maior destaque foi para a prisão do tesoureiro e homem das finanças do partido, João Vaccari.

Nas tevês alemãs, o caso vem ganhando grande notoriedade e é tratado às vezes com certo ar de exotismo, dada a frouxidão dos órgãos que deveriam se antecipar aos escândalos, que não agiram a tempo, e devido também ao enorme volume de recursos desviados. Os alemães não se acanham em concluir que o escândalo se estende diretamente à presidente Dilma e a seus apoiadores.

Na divulgação de detalhes sobre o caso Lava-Jato, as reportagens dão destaque ainda à atuação determinada da Justiça de Curitiba, destacando o exemplar encaminhamento dado pelo juiz Sérgio Moro, que conduz o caso.

Na agência Reuters é dado que o escândalo, ao atingir o núcleo político do país, precipitou o rompimento, com o governo, do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, da base política que apoia a atual chefe do Executivo. Esse rompimento teria sido provocado logo após as denúncias de que o próprio Cunha teria recebido cerca de U$ 5 milhões do esquema.

Os informes que circulam no exterior analisam, sob diversos pontos de vista, os possíveis desdobramentos do caso, indo inclusive até o caso de um provável pedido de impeachment da atual presidente da República.


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A frase que foi pronunciada
“Quase todos os homens são capazes de suportar adversidades, mas se quiser pôr à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder.”
(Abraham Lincoln)


Por: Circe Cunha – Coluna “Visto, lido e ouvido” – Ari Cunha – Correio Brazilieense- Foto: Google

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