A partir da esquerda: Álvaro Teixeira da Costa, Leila Barros, Paulo Octávio e Rollemberg: sabatina
Governador do DF conversa com entidades do setor produtivo e
empreendedores de diversas áreas e afirma que enviou para a Câmara Legislativa
projeto que reduz a burocracia para liberação de obras. Socialista também
explica as dificuldades financeiras da capital
Um dos principais projetos do Executivo a dominar a pauta e
os debates da Câmara Legislativa neste segundo semestre será a reformulação do
Código de Obras e Edificações do Distrito Federal. O texto, com mais de 300
artigos, está em fase final de elaboração pela Secretaria de Gestão do
Território e Habitação (Segeth). Em sabatina ontem com empresários de vários
setores, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) anunciou que encaminhará a
matéria para deliberação dos deputados distritais como uma das medidas
necessárias para facilitar e agilizar a concessão de licenciamentos para
projetos, alvarás e habite-se. A redução da burocracia para liberação de
empreendimentos é uma das principais demandas do setor produtivo, reafirmada em
almoço do Lide — grupo de empresários liderado por Paulo Octávio que discute
políticas e soluções para o desenvolvimento do Distrito Federal.
Rollemberg
e vários secretários foram questionados por representantes de entidades do
setor produtivo da capital, como Sinduscon (Sindicato da Indústria da
Construção Civil), Ademi (Associação das Empresas do Mercado Imobiliário),
Sindivarejista (Sindicato do Comércio Varejista), além de empreendedores de
diversas áreas. O diretor-presidente do Correio Braziliense, Álvaro Teixeira da
Costa, foi um dos convidados de honra. As reuniões do Lide ocorrem a cada dois
meses. Neste ano, Paulo Octávio e os empresários receberam o senador José
Antônio Reguffe (PDT-DF) e o ministro do Esporte, George Hilton.
Rollemberg
fez uma explanação aos empresários sobre a situação que herdou do antecessor,
Agnelo Queiroz (PT), com um rombo de R$ 3 bilhões, especialmente em dívidas com
empresas que prestaram serviço ao governo ou realizaram obras, mas que ainda
não receberam a fatura. Além do buraco nas contas públicas, o governador
ressaltou ter encontrado, ainda na fase de transição, uma administração
paralisada por greves de ônibus, fornecedores e pelo desabastecimento de
medicamentos em hospitais. Como medidas já adotadas, Rollemberg citou a
diminuição de 38 para 24 secretarias, a redução de 4 mil cargos comissionados e
a criação da governança, uma instância de deliberações sobre temas estratégicos.
Para
dinamizar a economia, criar empregos e melhorar a qualidade de vida de
moradores do DF, o chefe do Executivo reafirmou o compromisso com um plano de
R$ 5 bilhões em obras nos próximos anos. “Importante ressaltar que os recursos
de investimentos em obras não podem ser usados na fonte 100, aquela destinada a
pagamentos de prestadores de serviços e honrar a folha de pagamentos”, disse. A
explicação tinha endereço certo. Nos últimos dias, integrantes da oposição,
como Agnelo e o ex-vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB), deram declarações,
em entrevistas ao Correio, sobre a situação atual do governo, ponderando que um
governo que anuncia um ambicioso plano de obras não pode estar quebrado.
Fonte: Ana Maria Campos – Correio Braziliense – Foto Gustavo
Moreno /CB/D.A Press