Secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos do DF afirma
que viaduto do Sudoeste foi pensado para aliviar trânsito de carros e que
bicicletas e pedestres terão passagens subterrâneas. Ele diz que faixas
extensas para ciclistas não são viáveis como transporte público
Para o secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos do Distrito
Federal, Júlio César Peres, o viaduto entre as entradas do Sudoeste e do Parque
da Cidade não necessita de uma ciclovia. O projeto foi criticado por
especialistas e adeptos da bicicleta por não contemplar o meio de transporte.
Em entrevista ao Correio, Peres afirma que as faixas exclusivas que margeiam o
bairro atenderão o trajeto. Além disso, segundo ele, o desenho da intervenção
inclui quatro passagens subterrâneas que darão acesso a pedestres e ciclistas a
paradas de ônibus e à área de lazer. O projeto integra o Corredor Oeste, que
ligará Samambaia e Sol Nascente ao Eixo Monumental por via contínua. Júlio
César se comprometeu a estudar a possibilidade de uma faixa exclusiva na via.
Mas, para ele, o mais importante agora é o viaduto. “É um projeto generoso”,
garante.
O projeto não inclui uma ciclovia ou ciclofaixa que percorra o Corredor Oeste. Quem vem de Taguatinga de bicicleta terá que pegar a via de velocidade. Como resolver esse problema?
Não podemos pensar em uma obra em que o ciclista não vá dar uma volta maior por uma ciclovia que já existe (no caso, a do Sudoeste). O viaduto não contempla a ciclovia, pois já há as passarelas laterais.
O projeto não inclui uma ciclovia ou ciclofaixa que percorra o Corredor Oeste. Quem vem de Taguatinga de bicicleta terá que pegar a via de velocidade. Como resolver esse problema?
Não podemos pensar em uma obra em que o ciclista não vá dar uma volta maior por uma ciclovia que já existe (no caso, a do Sudoeste). O viaduto não contempla a ciclovia, pois já há as passarelas laterais.
Ciclistas e especialistas criticaram a falta de integração. Nesse trabalho em específico, ciclista também vai passar entre os carros.
Eu me proponho a fazer uma contagem. Se ficarmos um dia inteiro em uma dessas ciclovias contando quantos ciclistas vêm do Guará ou de Taguatinga, por exemplo, não vai dar 5% daqueles que usarão as passagens subterrâneas para o Parque da Cidade. A ciclovia não é feita para grandes distâncias. É feita para a pessoa deixar o carro em um local e ir para o Buriti de bicicleta, por exemplo. Senão, o ciclista demoraria duas horas para chegar ao serviço. Quem vai usar a ciclovia hoje é para ir ao Parque da Cidade. A obra não contempla a bicicleta porque não era para contemplar. Desse jeito, fica parecendo que foi mal projetada, que não teve uma atenção global. Fica parecendo incompetência, mas as ciclovias estão contempladas para o principal ponto, que é o parque.
As vias de velocidade no DF concentram o maior número de mortes de ciclistas, por isso, eles pedem ciclovias. Essa obra do viaduto contemplaria uma ciclofaixa?
Não vou dizer que sim, pois precisamos de falar com o projetista, de estudar. E faremos isso. Mas temos que lembrar o cuidado por parte do ciclista.
A ciclovia seria importante para a segurança de quem vem de longe. Essas pessoas vão reclamar que governo continua não priorizando as bicicletas.
Se o governo não pensasse nos ciclistas, não faria ciclovia nenhuma. Temos que
pensar no todo. Mas primeiro temos que pensar regionalmente. Considerando o
Sudoeste, a Asa Sul, o Cruzeiro e a Octogonal e o Parque da Cidade, por
exemplo, as pessoas poderão ir para a escola sem pegar um veículo. Os
ciclistas, os pedestres e os motoristas estão contemplados. Essa intervenção
beneficia carros e ônibus. São milhares de pessoas contrapondo um número menor.
Não temos dinheiro para fazer tudo. Temos muitas ciclovias importantes
projetadas que não executaremos por enquanto. É importante quem pedala os 40km.
Eles serão atendidos dentro de uma escala de tempo e de ajuste financeiro.
A Política Nacional de Mobilidade Urbana exige que o pedestre tenha prioridade ao ciclista e a bicicleta, ao carro. Se o ciclista precisa desviar o caminho, ele não é priorizado.
A Política Nacional de Mobilidade Urbana exige que o pedestre tenha prioridade ao ciclista e a bicicleta, ao carro. Se o ciclista precisa desviar o caminho, ele não é priorizado.
O viaduto da Epig faz parte do Corredor Oeste, que tem faixa exclusiva de
ônibus e atende o transporte público. Temos uma população grande que demanda
essa obra. Se você diz que precisamos de mais metrô, concordo. Que precisamos
de faixa exclusiva para ônibus, concordo. Mas falar que uma ciclovia com mais
de 50km vai ser utilizada diariamente como meio de transporte, eu falo que não.
Mas não sou o secretário de Mobilidade, e sim de Infraestrutura e Serviços
Públicos.
Fonte: Luiz Calcagno - Foto: Ana Rayssa/Esp. C.B./D.A. Press