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À QUEIMA-ROUPA: Álvaro Silveira Junior, Presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do Distrito Federal (CDL-DF)

Como empresário do setor de medicamentos, o que acha da escolha de um gestor para a Secretaria de Saúde, considerando-se que há falhas no processo de compras da pasta?
Sou partidário dessa opinião. Não precisa ser médico, dentista para ser um bom gestor na área. Se ele é capacitado em gestão pública, tem todas as condições para exercer um bom trabalho na secretaria de Saúde. Poderia ser um médico também, desde que tenha essa característica de saber gerenciar a coisa pública, uma empresa, as pessoas. Fiquei feliz com essa solução.
 
Sente que essa crise que vivemos no DF é a maior desde que se tornou empresário?
Só tivemos uma maior, que foi a do Cruzado II, que a gente não tinha nem o que vender, nem o que comprar. Mas essa conjuntura do governo federal e o governo do Distrito Federal estarem passando por dificuldades muito parecidas, leva a ser uma das maiores crises dos últimos 20 anos. Precisamos conversar, encontrar soluções e entender que precisamos acreditar nos gestores que aí estão. Essas pessoas foram eleitas e precisamos cobrar soluções para esses problemas.
 
Acha que o clima de pessimismo e o discurso do governo sobre rombo acabam  agravando a crise?

O ambiente hostil, ruim inibe as pessoas, deixa as pessoas retraídas. Existe uma crise, mas existem pessoas que estão trabalhando. Crise também é surgimento de oportunidades. Prefiro olhar essa crise como uma oportunidade de melhorar a gestão pública, a privada. Vão surgir oportunidades. Creio que temos de levantar o astral das pessoas, dar segurança para os brasilienses, para os empresários sentirem confiança de que o governo vai resolver esses problemas e criar um ambiente para investimentos.
 
Como o governo pode ajudar o empresário que paga imposto, gera empregos e movimenta a economia do DF? O que falta?

Faltava o diálogo. Acho que Rollemberg começou a ter diálogo mais franco conosco. O setor produtivo de Brasília sempre contribuiu. Temos experiência do passado. Os governos passam, mas os cidadãos ficam. Por isso, acho que o setor produtivo precisa ser mais ouvido. Nós precisamos ter uma política de defesa das empresas de Brasília. Nós perdemos só no setor do atacado, cerca de R$ 300 milhões por ano de receita para o estado vizinho.
 
Por causa de incentivos fiscais?
Incentivo e tranquilidade de investimento, mas também proteção para as empresas de Brasília. Não defendo reserva de mercado, mas que as empresas de fora não tenham um benefício que as daqui não possam ter. Precisamos concorrer no mesmo pé de igualdade que nossos vizinhos tão próximos.
 
Teme que o comércio pare no fim do ano com um eventual atraso de pagamentos de salários de servidores?
Particularmente, nós da CDL não acreditamos que isso vá acontecer. O segundo semestre sempre é um ambiente melhor. O governo também apanhou um pouco porque era novo. Mas agora já entendeu o tamanho do problema, da máquina, aprendeu a conviver com a crise. Então não acredito que teremos esse tipo de problema.

Fonte: Ana Maria Campos – Correio Braziliense – Foto: Lieve Comunicação/Divulgação

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