"Ninguém pense que vamos sucumbir a pressões"
Há desconforto em relatar as contas do ex-governador Agnelo, que o nomeou para o Tribunal de Contas do DF?
As contas
são analisadas ano a ano. Já participei da análise das contas de 2013, que
foram aprovadas pelo Tribunal de Contas e pela Câmara Legislativa. Ninguém
questionou minha posição naquele momento. Não tenho dúvida de que meu trabalho
tem sido pautado por um comportamento técnico. E assim será ao analisar as
contas de 2014, buscando o equilíbrio entre os aspectos jurídicos, técnicos e a
realidade social que levou ao posicionamento dos gestores. Estou
muito tranquilo quanto ao meu papel na análise das contas.
Mas o fato de ser ex-petista influencia o seu posicionamento? E a força da opinião pública?
Ninguém
ache que pode pressionar o Tribunal de Contas para aprovar ou reprovar as
contas. Vamos considerar o que dizem o corpo técnico, o Ministério Público e a
defesa do (ex)-governador Agnelo. Ninguém pense que vamos sucumbir a pressões.
Não tenho nenhum problema quanto a isso. Não vai afetar o meu trabalho de
nenhuma maneira.
Há muitas divergências entre o que diz o atual governo e o de
Agnelo sobre as contas de 2014. Seu relatório dará uma resposta definitiva sobre a existência ou não do rombo no caixa do GDF?
Com
certeza. O relatório vai trazer uma resposta para a sociedade e uma certeza do
que ocorreu, se houve rombo e descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Tudo vai ser analisado. Não tem como fugir, não tem como inventar números,
manipular, maquiar. E temos de parar com essa história de que o Tribunal de
Contas age de forma partidária.
Na disputa entre os deputados Wasny de Roure (PT) e Dr.
Michel (PP), quem o senhor prefere ter a seu lado no plenário do TCDF?
É difícil
para quem está no Tribunal de Contas apostar em A, B ou até mesmo num terceiro
nome. Para nós, quem chegar lá precisa se despir da questão partidária e até
mesmo da disputa política. Quem chegar lá será bem-vindo. Não dá para fazer
esse tipo de torcida. É uma decisão soberana da Câmara Legislativa, à qual o
governador Rodrigo Rollemberg tem condições de influenciar. Só nos resta
receber bem o novo conselheiro.
2014 foi um ano atípico nas contas públicas?
Foi um
ano atípico, até pela natureza da nossa legislação, que estabelece ao chefe do
Executivo observar uma série de restrições e elementos no último ano do
mandato. Por isso, foi um ano especial. O governo sabia disso. Foi alertado
várias vezes pelo TCDF.
O ex-governador Agnelo Queiroz lhe procurou para conversar sobre as contas de 2014?
Ele nunca
me pediu nada em relação às contas. Ficou fora de Brasília nos últimos meses e
só retornou agora. Não nos encontramos. Mas o (ex) governador tem todo o
direito de apresentar a sua defesa e de pedir uma audiência para uma conversa
no Tribunal de Contas. É só marcar.
*****
Vai falar
Integrantes
do PT têm se incomodado com a demora do ex-governador Agnelo Queiroz (PT) em se
apresentar ao partido para dar explicações sobre a herança maldita descrita por
Rodrigo Rollemberg. O petista voltou a Brasília há duas semanas, depois de uma
temporada entre Miami e Buenos Aires, e está organizando a vida. A
correligionários, Agnelo tem dito que vai falar.
Remoção
É pouco
provável que Agnelo Queiroz volte às salas de cirurgia do Hospital de Base. O
caminho deve ser uma requisição da Secretaria de Saúde para a liderança do
governo no Senado. O ex-vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB), agora no papel
de chefe de gabinete da secretaria de Relações Institucionais da Presidência da
República, tem ajudado nessa articulação.
“Somos defensores da unidade nacional na construção de um
projeto nacional de desenvolvimento para todos e para todas. E isso implica
agora, neste momento, ir para as ruas entrincheirados com arma na mão se
tentarem derrubar a presidente Dilma Rousseff”
(Vagner Freitas, presidente
da CUT)
Fonte: Ana Maria Campos – Coluna “ Eixo Capital” Correio
Braziliense – Fotos: Breno Fortes/CB/D.A.Press – Roberto Parizotti (CUT) – ED Alves/CB/D.A/
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