Fonte: Do blog do Fernando Rodrigues
Ex-ministro
da Fazenda e candidato a presidente duas vezes, Ciro Gomes acha que “todas as
intrusões de Lula têm sido muito ruins” para a atual conjuntura política
brasileira.
Na
avaliação de Ciro Gomes, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva trabalhou
nos últimos meses “conspirando” e “dando sustos” em Dilma Rousseff. Não
contribuiu para acalmar o ambiente, disse ele ao Blog.
“Se
estivesse se preservando, uma palavra dele [Lula] seria muito importante
agora”, diz Ciro –que no momento atua na iniciativa privada, na CSN, onde é
diretor e responde pelo projeto da ferrovia Transnordestina.
Sobre
voltar à política, Ciro responde de maneira aberta: “Não tenho obsessão de ser
candidato”. Ele e o irmão, Cid Gomes, estão próximos de uma filiação ao PDT.
Farão uma grande reunião com o grupo político que lideram no dia 17 de agosto,
em Fortaleza (CE).
Para
Ciro, “está em marcha um golpe” que “vai tornar o país ingovernável por uns 20
anos”. A situação se agrava porque “a população está se sentido traída,
enganada. A Dilma mentiu para a população. O PT e Lula, também”.
Uma
solução possível seria usar a “virtude do fundo do poço”. Como tudo está muito
ruim nas frentes política e econômica, restaria a Dilma “reconciliar-se com
quem a elegeu”. Por exemplo, “adotar uma política para impedir a
desindustrialização do país”.
O
problema, diz Ciro, é que a presidente “perdeu completamente a capacidade de
iniciativa”. Deveria fazer agora o ajuste na economia que sempre quis. “Deveria
‘apagar a luz’ no mercado de câmbio e deixar flutuar a cotação do dólar.
Abaixar a taxa de juros drasticamente. O cenário da inflação fica imponderável,
mas não é que a inflação vai necessariamente subir”.
Na
avaliação do ex-ministro, “se ela [Dilma] não tomar essas decisões agora, fará
tudo depois, de maneira selvagem”. Por quê? “Porque vai cair o ‘rating’ do
Brasil. Não tem saída. Depois vai ficar muito mais difícil”. O “rating” é a
nota que as agências de classificação de risco dão para países e empresas.
Outra
dificuldade apontada por Ciro é a qualidade da equipe da presidente. Por
exemplo, o ministro da Fazenda. “Joaquim Levy é uma boa pessoa para ser
tesoureiro. Ele está construindo uma erosão fiscal sem precedentes. Nesse
ritmo, as reservas do país duram só um ano e meio”.