A entrega
de 170 cadeiras de rodas esportivas, nesta quarta-feira (19), aumentaram ainda
mais os ânimos dos atletas paralímpicos de Brasília que receberam os
equipamentos e competem, inclusive, internacionalmente pelo Brasil. Doadas pela
Secretaria de Saúde, as cadeiras custaram R$1,5 milhão e foram distribuídas em
parceria com a Secretaria de Esporte, em solenidade no Clube da Saúde.
“Nós
temos aqui a mudança do foco, que não é apenas o tratamento da doença, mas a
promoção da saúde e é claro que incentivar a prática do esporte para aqueles
que são atletas paralímpicos ou não é muito importante. E não é apenas a
promoção da saúde, mas do nosso país e da nossa cidade, quando os atletas vão
competir em outros países”, destacou o governador de Brasília, Rodrigo
Rollemberg.
Para ele,
a iniciativa também demostra o compromisso social do governo. “Nós temos um
enorme desafio, que é tornar Brasília um exemplo de acessibilidade para o
Brasil. Sabemos das dificuldades que cadeirantes, cegos e surdos têm para se
locomover na nossa cidade”, avaliou Rodrigo Rollemberg. “Vamos nos
organizar para que esse seja o primeiro passo de um projeto que pode ser
realizado todos os anos com ações como essas”, complementou o secretário de
Saúde, Fábio Gondim.
Foram 110
cadeiras para atletas do basquete com valor unitários de R$8 mil, 30 para
praticantes de tênis de mesa, sendo R$8.050,00 e 30 para o atletismo, ao custo
individual de R$15,2 mil. Os equipamentos foram fabricados de acordo com as
necessidades individuais dos beneficiários.
Presidente
da entidade Paraesporte, Flávio Santos, que também é cadeirante, destaca que
ter acesso a equipamentos adequados é um ponto decisivo para o atleta conseguir
um bom desempenho na hora das provas.
“A
qualidade do equipamento vai proporcionar a conquista dos campeonatos e de seus
objetivos. Acima de tudo, a inclusão social e poder sair na rua, praticar o
esporte e correr em uma quadra para mostrar sua potencialidade, não têm preço”,
disse, ao citar a proximidade da Paraolimpíada do Rio de Janeiro de 2016 e o
bom desempenho do Brasil no Parapan de 2015, em Toronto.
Segundo
Flávio, o Brasil tem se destacado nas modalidades disputadas por pessoas com
necessidades especiais e se o governo avalia que as pessoas com deficiência, em
sua maioria, não têm recursos, o incentivo é abrir as portas para grandes
oportunidades. “Os atletas trarão um retorno muito grande, especificadamente,
para o Distrito Federal, e também para o Brasil, porque temos vários que já são
medalhistas disputando internacionalmente”, informou.
SUPERAÇÃO -
Um dos beneficiários, considerado atleta de ponta, Aloísio Lima, 41 anos,
praticante da modalidade tênis de mesa, sofreu em 2003, um acidente praticando
rapel e teve uma fratura na vertebra do pescoço. Após três anos, ele foi
incentivado a praticar esporte para se recuperar fisicamente.
“Comecei
pela natação, mas eu só bebia água”, disse ao sorrir. “Pouco tempo depois, fui
fazer um teste com o tênis de mesa. Hoje estou há 10 anos e sou pentacampeão
brasileiro. Também ganhei o Parapan de 2015, em Toronto, e sou o primeiro
cadeirante medalhista mundial, quando participei da competição internacional Pequim,
em 2014”, destacou, ao citar que participar dos Jogos Paralímpicos, no Rio de
Janeiro, no próximo ano.
Outro
atleta destaque beneficiado é Ariosvaldo Fernandes da Silva, 38 anos, conhecido
como ‘Parré”, que teve paralisia infantil com um ano e seis meses de idade. Há
17 anos pratica atletismo e possui 12 medalhas. Parré chegou a Brasília ontem
(18) com duas medalhas de Ouro do Campeonato Paramericano, no
Canadá. “Representei bem a categoria e esse tipo de ação é importante para
os esportes que utilizam a cadeira de roda, como o basquete e o atletismo. O
bom material é tudo e de vital importância porque para competir é necessário”,
enfatizou.
“É muito
difícil ser campeão fora das trincheiras do nosso país. São muitas horas de
treinamento e muitas horas longe da família. Mas o esporte é capaz de
transformar vidas e é um aliado da nossa saúde”, finalizou a secretária de
Esporte, Leila Barros, ao afirmar que os atletas podem contar com o auxílio do
governo.