Maria e Pedro acompanham, empenhados, a evolução das mudas plantadas na 214 Norte: atividade lúdica
Os gêmeos Isadora e Matheus põem em prática os ensinamentos aprendidos na escola sobre a árvore do cerrado
Há um ano, crianças da 214 Norte cultivam, diariamente, as 50
mudas plantadas por elas na quadra. Esta semana, campanha do Correio e da TV
Globo Brasília para clicar a árvore símbolo do DF recebeu centenas de imagens
Mais que beleza, uma cidade arborizada traz benefícios à
qualidade de vida. Há um ano, moradores da Superquadra 214 Norte tomaram a
iniciativa de plantar 50 mudas de ipês amarelos. Além de conscientizar a
população sobre a conservação ambiental, a intenção era tornar o lugar mais
belo nos próximos anos. “Será a quadra de ouro”, brincam os moradores.
Para
tanto, pais e mães incentivam os filhos a cuidarem da planta. Na casa da
biomédica Jacqueline Daia, 32 anos, toda a família está envolvida no projeto.
“Tornou-se uma atividade lúdica para eles”, conta a mãe de Pedro, 3, e Maria,
1. O pai das crianças explica a evolução do ipê. “Nesta época do ano, ele
normalmente fica com menos folhas. É possível reparar nos que estão floridos
que há pouca folhagem”, explica o agrônomo Adriano Pacheco, 44.
As crianças
maiores disseminam o conhecimento adquirido na escola. “Eles perguntam,
comparam as plantas e se preocupam em cuidar da muda. Eu acho importante porque
essas práticas serão levadas para toda a vida”, afirma a servidora pública
Deise Mendes, 40, mãe dos gêmeos Isadora e Matheus, 7.
A
iniciativa surgiu da prefeitura da quadra, como mostrou reportagem do Correio
na época do plantio. A gestora local, Fernanda Mesquita, conta que a intenção é
despertar a importância de práticas ecologicamente corretas. “Há muitas
crianças e jovens na quadra. Isso significa plantar a semente da consciência
ambiental nessas pessoas”, afirma a empresária.
O plantio
dos Ipês foi feito por crianças entre 2 e 12 anos. Na ação, eles receberam um
kit com um livro e uma caixa de giz de cera para colorir o material lúdico — um
folheto contando os ciclos do Ipê, desde a semente até a vida adulta; a muda da
planta e instruções de plantio e cuidado. As crianças foram inscritas no
programa da prefeitura e não deu para quem quis. “Temos uma lista de espera com
mais de 30 nomes de crianças esperando para também participar”, conta Fernanda.
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Lançada
em parceria com a TV Globo Brasília, a campanha do Correio Braziliense para que
os leitores fotografem os ipês espalhados por Brasília tem registrado os
melhores ângulos da árvore mais conhecida — e, para muitos, a mais bela — do
cerrado. Desde 18 de julho, leitores e telespectadores têm enviado suas
imagens. Ao fim, um caderno especial, no Correio, e um vídeo, na TV Globo
Brasília, vão celebrar aquelas que melhor souberam captar a essência desse
símbolo brasiliense.O leitor ou o telespectador podem marcar a foto do ipê nas
redes sociais de imagens para participar, usando a hashtag
#BrasiliaCapitaldoIpe. Outro canal é por meio do site
www.correiobraziliense.com.br/BrasiliaCapitaldoIpe. Aqueles que usam o
aplicativo de mensagens WhatsApp também podem mandar as imagens (61) 9256-3846.
O ipê é uma árvore do gênero Tabebuia, pertencente à família
das bignoniáceas, podendo ser encontrada em seu estado nativo por todo o
Brasil. Há muitos séculos, o ipê — também chamado de pau-d’arco, no Norte — vem
sendo apreciado tanto pela excelente qualidade de sua madeira, quanto por seus
efeitos decorativos e até medicinais. Nas ruas do DF, é possível encontrar ipês
nas cores amarela, branca, rosa e roxa.
Contribuição de leitores
A engenheira agrônoma Ana Carolina de Paula Silva, 34 anos,
gosta tanto da árvore símbolo de Brasília que plantou uma muda no jardim. Na
casa dela, no Lago Norte, a planta é acompanhada periodicamente. “Jogo água a
cada três dias. Pena que a primeira florada ainda vai demorar. ” A mulher está ansiosa para ver as flores amarelas
desabrocharem. A intenção é que o arbusto
fique similar à árvore próxima à Rodoviária do Plano Piloto, fonte da semente.
“Eu adoro planta, mas essa árvore tem um toque especial.”
No Riacho Fundo 1, a 21km do centro de Brasília, o flagrante
ficou por conta do militar da aeronáutica Newton Charley, 44 anos. “Estava
passando por lá e tirei a foto. Essa árvore faz parte da paisagem de Brasília.
Não existe nenhuma outra planta tão presente como essa”, acredita o morador da
Asa Sul.
Apaixonado por ipês, o aposentado Geraldo da Costa Pinto faz
até poesia para árvore símbolo de Brasília:
Não
sou fotógrafo, nem poeta,
Apenas,
gosto de escrever,
Apresento-lhes
esta bela foto,
Que
Dom Bosco não pôde antevê,
Emoldurada
por um acróstico,
Para
o jornal Correio e a TV,
A
fim de participar da campanha:
Brasília
Capital do Ipê:
Bem-me-quer,
malmequer...
Resista,
ó frondosa árvore,
Às
intempéries do anoitecer.
Sem
água, sem seiva, nem folhas,
Imagina-se
não sobreviver.
Lendária
de origem tupi,
Insigne
pelo nome cascuda,
Assim,
tal qual a fênix,
Com
as cinzas hás de florescer.
As
flores vão lhe surgindo,
Produzindo
aos olhos um embevecer,
Isso
é o símbolo da cidade,
Tiveram
o bom gosto de eleger.
Amarelas,
brancas, roxas ou lilás,
Lindas
pétalas pelo chão se veem,
Dessa
deslumbrante paisagem,
O
mundo não haverá de esquecer.
Inspira,
pois, ó flor, o artista nato,
Produzir
o seu ateliê
E
pintar com cores vivas,
a
imagem do nosso Ipê.
Fonte: Correio Braziliense – Fotos: Rodrigo Nunes Esp C.B./
D.A Press