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CARLOS CHAGAS: REUNIÃO PARA CONFUNDIR, NÃO ESCLARECER

Carlos Chagas
Quem compareceu à reunião da Executiva Nacional do PT, quinta-feira, em São Paulo, saiu de lá como se tivesse dado mil voltas na mais moderna Montanha Russa instalada em Miami. Os companheiros ficaram de cabeça para baixo, viram-se lançados nos mais profundos abismos, depois elevados às alturas, para em seguida sentirem-se perdidos pela falta de gravidade.
Poucas vezes um partido envolveu-se em tantas contradições e perplexidades.  Só faltou lançarem Helio Bicudo para presidente da República e Lula para primeiro-ministro do Casaquistão. Dá pena assistir o naufrágio da legenda que um dia se propôs a mudar o Brasil, reformar a sociedade e criar o Homem Novo.
Os petistas defenderam a reorientação da política econômica mas manifestaram apoio ao pacote de medidas anunciadas pelo governo, também classificado de recessivo por um grupo dissidente. Elogiaram a recriação da CPMF e queixaram-se da falta de diálogo praticada pelo palácio do Planalto. Pregaram a adoção de um projeto de desenvolvimento que ninguém conhece e criticaram concessões feitas a políticas antipopulares de austeridade, mas reconheceram a  preservação dos projetos sociais.
Um emaranhado de afirmações logo desmentidas no parágrafo seguinte, sem falar na cobrança do imposto sobre grandes fortunas e heranças. E mais a lembrança de que o ajuste fiscal anterior reduziu direitos trabalhistas.
O singular na nota do PT é não ter conseguido comunicar-se, ainda que criticando o sistema de comunicação social do governo. Uma reunião que não precisava e não deveria ter-se realizado, daquelas feitas para confundir, jamais para esclarecer.
A indagação que fica é sobre o comportamento das bancadas do partido quando for votado o pacote econômico. Seus deputados e senadores concordarão com seus dirigentes, aprovando a nova CPMF? Aceitarão o aumento de impostos? Desfilarão pelas tribunas as reprimendas que não puderam constar da nota oficial?
PMDB TAMBÉM QUER
Existem rumores de que para botar ordem no PT a presidente Dilma mandou atender todas as reivindicações de seus parlamentares, além de liberar recursos para suas emendas privativas. É o que corre no PMDB, disposto a endurecer com o governo caso não receba o mesmo. Vale essa reação para os demais integrantes da base governista.
No mais recente encontro do Lula com a sucessora, na noite de quinta-feira, no Alvorada, mais uma vez foi pedida a cabeça do chefe da Casa Civil, Aloísio Mercadante.  Parece que a guilhotina funcionará.

CHARGE DO ALPINO


Compartilhado do Blog "Tribuna da Internet" 

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