test banner

Senador Ricardo Ferraço: Uber: sem medo do novo

O tempo não para e as novas tecnologias ainda impõem rápidas transformações cotidianas na sociedade, nos seus hábitos, nas formas de cada pessoa tocar a vida. No mundo atual, onde negócios inovadores florescem todo dia, impulsionados pela revolução digital, surgem também novos desafios para o trabalho, para as formas de as empresas atuarem e para a legislação.

Nesse embalo surgiu o Uber, serviço de transporte individual que está no centro de uma polêmica mundo afora e que chegou ao Brasil também despertando fortes reações do público. Os brasileiros estão envolvidos com mais um movimento de ruptura, de inovação voltada à busca de comodidade, de facilidade e de dinamismo na rotina das pessoas.

O Uber começou a funcionar, em 2010, nos Estados Unidos e hoje está presente em 320 cidades de 58 países, com permanente evolução das atividades e elevados níveis de satisfação. De posse de seu tablet e smartphone, os usuários acessam um benefício que, sem dúvida nenhuma, veio para ficar.

Estamos todos diante de mais um episódio da história da humanidade em que as pessoas são convidadas a abraçarem técnicas e práticas diferentes. Somos provocados a não temer o novo e, pelo contrário, incorporá-lo com naturalidade ao nosso meio. De tempos em tempos, emergem situações de conflito nas quais determinada novidade se choca com realidades previamente estabelecidas.

Todas as novidades não têm nenhum viés ideológico. Elas expressam apenas a virtude da livre-iniciativa, exposta aos riscos normais de qualquer negócio, visando fazer as mesmas coisas de modo mais prático, eficiente e barato. A lição básica que podemos tirar disso tudo é de que a inovação melhora a vida das pessoas.

O austríaco Joseph Schumpeter, um dos grandes economistas do século 20, nos ensinava com o seu conceito de destruição criativa que há momentos em que o progresso tecnológico leva à substituição de formas obsoletas por outras mais úteis e satisfatórias.

O advento das redes sociais fez avançar com vigor, desde 2005, certas tendências de consumo, que passaram a integrar, com desenvoltura, a vida da população. A força do compartilhamento de produtos e serviços abriu nichos de mercado, que, hoje, vão desde o segmento de locação de imóveis até a mobilidade urbana.

Lamentavelmente, o Uber tem levado a reações extremadas de repúdio, incluindo agressões de taxistas contra os motoristas do aplicativo e até contra os passageiros. Pressionados por certos grupos, governadores, prefeitos, câmaras municipais e assembleias estaduais têm se movimentado na direção de proibir o serviço, como maneira de dar fim ao impasse. Essa não é a solução.

O tema é deveras complexo. Mas não podemos fugir do debate das ideias. Não é se escondendo que resolveremos esse problema. É em quadras conflituosas como essa que a reflexão e o diálogo servem para evitar injustiças e decisões apressadas.

Enquanto vereadores e deputados estaduais aprovam retrocessos na direção de barrar a atuação do Uber, cabe ao Congresso Nacional dar uma solução ampla e irreparável, que possa pacificar a questão com bom senso e de maneira favorável a todos. Foi com esse espírito que propus, recentemente, projeto de lei para reconhecer o Uber e outros serviços do gênero como legítimos, além de estabelecer os limites em torno dos quais poderão ser oferecidos.

O texto que ofereci ao Congresso vai garantir, com regras claras, os serviços do Uber com segurança jurídica, fiscalização adequada e igualdade de concorrência. Essa é a hora de o Estado dar sinal verde para o futuro, abrir caminhos e não congestionar as mudanças. Ganham a livre escolha do consumidor, o aprimoramento do transporte e a fluidez do tráfego. O momento é de buscar saídas negociadas, de fazer as reflexões adequadas e ousar na igual medida que o consumidor brasileiro espera e merece.


Por: Ricardo Ferraço – Senador pelo PMDB-ES – Fonte: Correio Braziliense – Foto/Ilustração: Google-Blog

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem