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#CULTURA » Pacto pela Escola de Música

Alunos, professores e comunidade reuniram-se em protesto pela revitalização da Escola de Música de Brasília: crise financeira afeta a instituição

Entre as propostas cogitadas pelo governo para salvar a EMB, está a criação de um grupo chamado Amigos da Escola, para angariar doações de artistas que estudaram ali e construíram carreira bem-sucedida

O governador do DF, Rodrigo Rollemberg, incluiu a Escola de Música de Brasília (EMB) entre os compromissos de sua gestão, em entrevista publicada na coluna Eixo Capital, na última segunda-feira. Ele criou emendas, enquanto deputado e senador, para amenizar o desgaste no local. “Está sendo um ano muito difícil, mas faremos o possível para melhorar as condições do lugar”, disse.

Contudo, de acordo com o secretário de Educação, Júlio Gregório, não há dinheiro para socorrer a instituição. O anúncio feito em tempos de arrocho fiscal foi uma decisão particular do chefe do Executivo. Após as primeiras conversas com os secretários de Educação e de Cultura, reformas estão fora de cogitação.

      Secretário de Educação, Julio Gregório quer doações para o colégio

Em meio às tentativas de levantar fundos e resolver as demais questões, surgiu uma possibilidade: criar um grupo chamado Amigos da Escola, para reunir doações. Antigos alunos que conquistaram sucesso profissional podem ser convidados a fazer parte desse pacto pela EMB, que até o momento existe somente no campo das ideias. 

A agenda do governador terá espaço para uma reunião com o secretário de Educação e o de Cultura, Guilherme Reis, para avaliar as necessidades e viabilizar soluções mais detalhadas. O Correio apurou que a inserção da Cultura no debate seria uma maneira de facilitar a articulação para conseguir colaboração dos artistas.

A ajuda proposta pelo governo poderia sair do bolso dos que ainda estão em atividade. Para Gregório, “a escola formou talentos tão brilhantes, existe tanta gente se declarando a favor da instituição, que essas pessoas poderiam, por meio de seus shows, produzir fundos para nos ajudar nessa questão”, propõe.

Anualmente, 2,4 mil alunos são matriculados no curso de iniciação musical, mas poucos formam-se com intuito de trabalhar com música.  “A Escola de Música de Brasília está qualificada como instituição técnica, igual àquelas que formam enfermeiros ou contadores. Precisa formar as pessoas”, disse o secretário.

Ele sugere como alternativa fazer uma reabilitação da escola, qualificando-a não mais como profissionalizante, mas em uma categoria diferente, que possibilitasse receber mais verba.“Seria possível desenvolver projetos diferenciados e resolver parte dos problemas”, completou. O orçamento de 2015 foi de R$ 26.273. 

Mudanças
Atualmente, a EMB oferece, aproximadamente, 100 cursos. Contudo, a falta de verba para manutenção, reforma e contratação de professores atrapalha o desempenho do lugar. Por isso, alunos de níveis diferentes são colocados na mesma turma. “Falta dinheiro. O grande trunfo é fazer mudanças intelectuais e cognitivas nas pessoas. Por isso precisamos de investimento”, argumentou o diretor da escola de música, Ayrton Pisco.

Para custear o funcionamento da escola, no primeiro semestre deste ano, a Secretaria de Educação repassou R$ 15.455. No segundo, o orçamento caiu 30%, atingindo a marca de R$ 10.818.

Mestre em canto erudito, a professora Denise Tavares reclama da falta de espaço e do inchaço nas turmas. “O método de seleção é rígido. Mas, trabalhando com salas cheias e equipamentos defasados, não podemos dar o retorno esperado”, reclamou. Segundo ela, o local se destaca pela qualificação do corpo docente, pois trata-se da instituição brasiliense com maior índice de mestres e doutores da rede pública.

Participe - Assine o abaixo-assinado
www.change.org/p/assine-agora-para-salvar-e-preservar-a-escola-de-música-de-brasília


Fonte: Bernardo Bittar – Correio Braziliense – Foto: Ana Rayssa-Esp/CB/D.A.Press – Ed. Alves/CB/D.A.Press

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