"Com
bons argumentos, sou uma pessoa fácil de ser convencida. Depois de muitas
conversas, achei por bem manter a Agricultura como estava, por ser um setor de
extrema importância para a cidade" Rodrigo Rollemberg (PSB), governador
"Reduzimos para 17 secretarias com o objetivo de melhorar a qualidade dos
serviços públicos de Brasília. Estamos economizando em áreas meio para ter mais
poder de investimentos em áreas fim" (Rodrigo Rollemberg (PSB),
governador)
Número de secretarias diminui para 17 e partido do governador sai como o maior prejudicado. Só falta definir quem comandará Trabalho, Desenvolvimento Social e Direitos Humados. Objetivo, segundo Rollemberg, é cortar gastos com comissionados
Depois de inúmeras reuniões, uma noite sem dormir e um corte a menos do que o prometido, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) saiu do anúncio do novo secretariado, ontem, satisfeito com o resultado das mudanças que fez no Executivo local. O socialista tinha a difícil missão de reduzir espaços ao mesmo tempo em que não podia desagradar aliados. Como era de se esperar, teve gente que fez cara feia, mas, no geral, o Palácio do Buriti conseguiu acomodar os principais aliados. O número de pastas, em vez de 16, como havia sido divulgado, ficou em 17.
Número de secretarias diminui para 17 e partido do governador sai como o maior prejudicado. Só falta definir quem comandará Trabalho, Desenvolvimento Social e Direitos Humados. Objetivo, segundo Rollemberg, é cortar gastos com comissionados
Depois de inúmeras reuniões, uma noite sem dormir e um corte a menos do que o prometido, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) saiu do anúncio do novo secretariado, ontem, satisfeito com o resultado das mudanças que fez no Executivo local. O socialista tinha a difícil missão de reduzir espaços ao mesmo tempo em que não podia desagradar aliados. Como era de se esperar, teve gente que fez cara feia, mas, no geral, o Palácio do Buriti conseguiu acomodar os principais aliados. O número de pastas, em vez de 16, como havia sido divulgado, ficou em 17.
Além do PRB, que viu a
única secretária ligada ao partido, Leila Barros, ser rebaixada para o segundo
escalão, outro problema para Rollemberg é o próprio partido, o PSB. A sigla
saiu como a principal derrotada da reforma administrativa. Dos três secretários
que tinha, ficou com apenas um: Marcos Dantas, que trocou Relações
Institucionais pela Mobilidade. A executiva regional da sigla se reunirá amanha
de manhã para avaliar o resultado da dança das cadeiras. A legenda não descarta
declarar publicamente a insatisfação por ter perdido espaço no primeiro
escalão.
Para acalmar os
socialistas, Rollemberg deu poder a Igor Tokarski, que estava como
administrador de Brasília por indicação do PSB. Ele assume como adjunto da Casa
Civil e fará o papel que era de Dantas: será o responsável pelas relações
políticas do governo, principalmente com o Legislativo local. Outro colega de
partido de Rollemberg, Marcos Pacco, que era secretário de Desenvolvimento
Humano e Social, pasta oferecida ao PDT, também deve ser agraciado com algum
posto. Governistas estudam criar uma coordenadoria de programas estratégicos,
que seria vinculada ao gabinete do governador e trataria das pautas positivas
do GDF.
Outro socialista que
saiu perdendo foi Jaime Recena. Ele seguirá responsável pela área de Turismo no
GDF, mas não faz mais parte do primeiro escalão — ficará como adjunto da pasta
de Economia, Desenvolvimento Sustentável e Turismo. O chefe do órgão será
Arthur Bernardes, que é secretário de Economia desde o começo do ano. Ele é indicado
do PSD, que bateu o pé, pressionou e não aceitou entregar o comando da pasta.
Mudanças
Em 15 de setembro,
Rollemberg anunciou um pacote de medidas a fim de combater a crise financeira
e, entre as ações, estava a redução de secretarias. Na ocasião, ele chegou a
divulgar como ficaria a nova estrutura do governo. Como havia antecipado o
Correio, porém, as movimentações nos bastidores foram intensas e poucas das
fusões inicialmente previstas saíram do papel. Agricultura, por exemplo, segue
no primeiro escalão. “Com bons argumentos, sou uma pessoa fácil de ser
convencida. Depois de muitas conversas, achei por bem manter a Agricultura como
estava, por ser um setor de extrema importância para a cidade”, relatou o
socialista.
Segundo o comandante
do Buriti, as alterações darão mais eficiência à máquina pública. “Reduzimos
para 17 secretarias com o objetivo de melhorar a qualidade dos serviços
públicos de Brasília. Estamos economizando em áreas meio para ter mais poder de
investimentos em áreas fim”, explicou. Os novos secretários tomarão posse na
próxima terça-feira. Até lá, serão definidas as estruturas das novas pastas.
Todos têm a incumbência de diminuir as despesas com cargos comissionados em
20%. “Gastamos, em média, R$ 40 milhões por mês com pagamento de pessoas que
ocupam funções gratificadas. Com os cortes, pretendemos economizar,
mensalmente, cerca de R$ 8 milhões”, ressaltou Rollemberg.
Também houve troca no
comando da Controladoria-Geral do governo. O órgão tem status de primeiro
escalão e, agora, será chefiado pelo auditor de controle externo do Tribunal de
Contas da União, Henrique Ziller. O promotor de justiça Djacyr Arruda deixa o cargo
após pouco mais de nove meses no GDF. Ziller tem formação técnica, mas também é
político e fez boa votação no último pleito para distrital.
Apenas uma secretaria
não teve o nome do chefe revelado. A superpasta de questões sociais, que
engloba três áreas com status de secretaria atualmente (Desenvolvimento Social;
Política para Mulheres, Direitos Humanos e Igualdade Racial; e Trabalho), foi
criada especialmente para acomodar o PDT. O partido, contudo, ainda não definiu
quem indicará para assumir a pasta. O distrital Reginaldo Veras recebeu o
convite, mas recusou. O governo também sondou o deputado Joe Valle. Ele chegou
a afirmar publicamente que não assumiria o posto, mas depois disse que ainda
não estava decidido. Se de fato ele não for para o Executivo, o PDT estuda
outros nomes ligados ao partido que poderiam ser indicados.
20%
Diminuição em despesas
com cargos comissionados que cada secretário terá que realizar
R$ 8 milhões
Quantia que deve ser
economizada mensalmente com o corte no número de secretarias e redução de
comissionados
Os novos
chefes
Casa Civil e
Relações Institucionais e Sociais
» O até
então chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, acumula a chefia das duas pastas
Planejamento,
Orçamento e Gestão
» Leany
Lemos, do Planejamento, é a comandante. Alexandre Lopes, que estava na Gestão
Administrativa, fica de adjunto
Economia,
Desenvolvimento Sustentável e Turismo
» Arthur
Bernardes toma conta do órgão. Jaime Recena, ex-secretário de Turismo, torna-se
o número dois da pasta
Educação e
Esporte
» Julio
Gregório é o secretário. Leila Barros, até então chefe de Esporte, fica de
adjunta
Mobilidade
» O até
então secretário de Relações Institucionais e Sociais, Marcos Dantas, assume o
cargo. Carlos Tomé vai para chefia de gabinete do governador
Política para Crianças, Adolescentes
» A
estrutura continua, mas muda o chefe: sai Jane Klebia e entra Aurelio de Paula
Guedes — ambos apadrinhados do distrital Professor Israel (PV)
Controladoria-Geral
do DF
» Sai
Djacyr Arruda e entra Henrique Ziller, auditor de controle externo do TCDF e
suplente de distrital
Trabalho, Desenvolvimento
Social e Direitos Humanos
» Entra
na cota do PDT, mas não tem nome definido. Os distritais Joe Valle e Reginaldo
Veras recusaram convite para assumir a supersecretaria
Mantidos no cargo
Casa Militar
Cláudio
Ribas
Segurança Pública e Paz Social
Arthur
Trindade
Cultura
Guilherme
Reis
Fazenda
Pedro
Meneguetti
Infraestrutura e Serviços
Públicos
Julio
Cesar Peres
Justiça e Cidadania
João
Carlos Souto
Saúde
Fábio
Gondim
Gestão de Território e
Habitação
Thiago
Andrade
Meio Ambiente
André Lima
Agricultura, Abastecimento e
Desenvolvimento Rural
José
Guilherme Leal
***
Fonte: Matheus Teixeira – Correio Braziliense – Fotos: Breno
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