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Hran opera 30 crianças com fissura lábio palatina

Ação realizada em parceria com a ONG Smile Train e Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica ocorre até sexta-feira (16)

Até sexta-feira (16), aproximadamente 30 crianças serão operadas no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) durante a Campanha Nacional de Conscientização da Fissura Lábio Palatina, que ocorre quando o bebê nasce com uma fenda no lábio superior e/ou fissura no "céu da boca". A ação lançada no Dia das Crianças (12), e que contará com cinco cirurgiões, é realizada em parceria com a ONG norte-americana SmileTrain e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

Com o slogan ‘Transformando o Brasil com o poder de um sorriso', a iniciativa tem a participação de 10 estados e, ao todo, 250 pacientes serão beneficiados, conforme explica o coordenador do Serviço de Fissuras Lábio Palatina e cirurgião plástico da Secretaria de Saúde, Marconi Delmiro.

“O objetivo é conscientizar o Brasil sobre um problema que tem solução. Por ano, nascem aproximadamente 4,5 mil crianças com essa deficiência e apenas pouco mais da metade realiza a cirurgia. As outras ficam perdidas sem ter acesso ao tratamento e sem saber que tem solução”, destacou o cirurgião, ao contabilizar que o Hran opera cerca de 240 crianças com essa deformidade a cada ano.

Segundo o médico, é importante que as crianças iniciem a vida escolar já operadas e com a reabilitação da fala, sorriso e respiração adequados para não sofrerem dificuldades como a comunicação, alimentação ou mesmo com o preconceito em sala de aula.

“Os malefícios para quem convive com esse problema são inúmeros. Do ponto de vista estético, existe a fenda no lábio superior que pode comprometer desde o músculo, pele, mucosa, osso e até o céu da boca”, esclareceu.

HISTÓRIA DE VIDA - Sheila Cristynna, mãe de Victor Gabriel Bastos, conta que o filho realizou a primeira cirurgia aos três meses e, hoje (13), irá fazer a segunda operação para fechamento do palato, conhecido como céu da boca.

“No pré-natal, foi diagnosticado que meu filho nasceria com essa deficiência e já iniciei o acompanhamento aqui no Hran. Aos três meses, ele fez a primeira operação. Agora, conseguimos essa segunda cirurgia graças a essa campanha”, disse a mãe.

Para ela, os problemas começam com a dificuldade na alimentação. “Eu não pude amamentar meu filho porque ele não conseguia sugar o leite. Por isso, tive que alimentá-lo com mamadeira, que era mais fácil”, contou

Maria Luiza de Oliveira, 17 anos, estudante e moradora de Ceilândia Norte, nasceu com a deformidade e já fez três cirurgias, sendo a última em agosto deste ano, no Hran. Hoje, ela estava participando da campanha como voluntária.  

“Eu vejo essas crianças e lembro de tudo que passei na escola, inclusive o preconceito. A minha cirurgia de reparação eu só pude fazer aos 15 anos. Por isso, há três anos, venho todas as segundas-feiras ao Hran conversar com as mães e crianças para eles saberem que esse problema pode ser superado”, disse.

ENTENDA - A deformidade da fissura lábio palatina ocorre entre a 10ª e a 14ª semana da gestação e pode apresentar diversas causas, como o uso de cigarro ou entorpecentes na gravidez, problemas gestacionais relacionados à diabetes ou também à genética.

Uma cirurgia de lábio leporino, quando a parte superior do lábio não apresenta o correto fechamento, dura até uma hora e meia. Já as operações para fechamento de fissura do palato, mais conhecido como céu da boca, demoram um pouco mais e levam em torno de duas horas para serem concluídas.

Os pacientes operados precisam atender todas as condições clínicas e, para cada procedimento específico, eles necessitam ter atingido uma idade específica.

“Hoje é importante toda mulher fazer o pré-natal durante a gravidez e ter acesso à ultrassonografia morfológica para diagnosticar. Com o resultado positivo da anomalia, a paciente é encaminhada para o centro de tratamento multidisciplinar, sendo a referência no Distrito Federal o Hran”, finalizou o médico.

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