Agentes socioeducativos em greve em frente de
unidade de internação (Foto: Cícero Araújo/Divulgação)
Sindicato da categoria diz não ter sido
notificado e afirma que vai recorrer. Servidores
pedem reajuste acordado em 2013; GDF diz não ter recursos.
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal
considerou ilegal e abusiva a greve dos agentes socioeducativos e determinou o
retorno imediato dos servidores ao trabalho, sob pena de multa diária de R$ 50
mil. Na decisão, a desembargadora Carmelita Brasil cita início de
rebelião na unidade para menores infratores do Recanto das Emas no
sábado, conforme noticiou o G1.
“Não
fomos notificados e vamos recorrer da decisão”, afirmou o presidente do
sindicato dos agentes socieoeducativos, Cristiano Torres. A categoria
reivindica o pagamento da parcela do reajuste acordada na gestão passada e que
foi suspensa pelo governador Rodrigo Rollemberg por falta de recursos.
O
reajuste médio é de 10% – o percentual varia conforme a função. “Queremos o que
havia sido acordado”, disse Torres. A carreira tem 1,4 mil servidores, dos
quais mil atuam diretamente no controle de internos nas cinco unidades de
internação e no provisório, onde os internos passam 45 dias antes de serem
levados para cumprir a medida socioeducativa.
Cartaz exibido durante protesto de menores
infratores por melhorias nas condições das unidades de internação (Foto:
Sindsse/Divulgação)
Segundo ele, todo o efetivo da
categoria está nas unidades de internação, mas sem o cumprimento de atividades
aos internos, como cursos, atendimento psicológico e visitas de familiares.
Banho de sol e serviços de alimentação continuam a ser prestados normalmente,
afirmou Torres.
“Mantivemos
o efetivo nas unidades para controlar riscos de rebeliões. Fazemos revistas,
para ver se encontramos facas, estiletes, materiais perfurocortantes. O clima
ontem [domingo] estava muito tenso [nas unidades], mas conseguimos controlar”,
disse. “Estamos fazendo com que a segurança fique 100%. Afinal temos uma
‘clientela’ que está lá porque transgrediu a lei.”
No
sábado, internos fizeram um início de rebelião na unidade do Recanto das Emas em protesto contra a suspensão das visitas – foi primeira vez no DF que
familiares de menores cumprindo medidas socioeducativas foram privados do
benefício.
Neste
domingo, houve protesto na unidade de Santa Maria. Os
menores exibiam cartazes através das grades reivindicando melhorias nas
unidades e anunciando que estavam entrando em greve de fome. O sistema
socioeducativo do DF tem cerca de mil internos em regime fechado.
Do G1 DF