O espaço em Ceilândia é o ponto de encontro de músicos regionais em
Brasília desde a abertura das portas, em 1986
"Faço repente e poesia desde que nasci",
garante o potiguar de Encanto (RN), Geraldo Pereira, de 55 anos. Morador de
Águas Lindas (GO) há 22 anos, Geraldinho, como é conhecido no meio artístico, frequenta
a Casa do Cantador, em Ceilândia, desde a inauguração do espaço, em 1986.
"Aqui é a casa da cultura nordestina", destaca o comerciante.
Geraldinho conta que o local já abrigou grandes
nomes do repente brasileiro. "Zé Cardoso, Geraldo Amancio, todos passaram
por aqui”, elenca o artista. Ele reforça que, além dos cantadores, o espaço
abriga forrozeiros, sanfoneiros e outros músicos regionais desde o início das
atividades. "Para nós é muito gratificante ter um lugar como esse para
chamarmos de casa", declara.
Aos 77 anos, o sanfoneiro Zé Paraíba orgulha-se ao
falar de sua trajetória de 55 anos de forró. "Já gravei 65 discos e 740
músicas", afirma. Apadrinhado por ninguém menos que Luiz Gonzaga, com quem
tocou de 1957 a 1980, o músico chegou à Casa do Cantador em 1997, por meio do
convite do então governador do DF e atual senador Cristovam Buarque (PDT), para
fazer uma apresentação. "Toquei aqui (em Brasília) e decidi ficar",
explica o sanfoneiro.
Zé Paraíba, que mora com os dois filhos em São Sebastião, define o lugar como o "coração de Ceilândia". "É aqui que gostamos de ficar, nossa referência, nosso lar", afirma o paraibano de São José de Piranhas. Em 2014, o músico lançou um CD e um DVD em comemoração aos mais de 50 anos de carreira. "Tocar é um vício. Só deixamos a profissão quando morrermos."
Zé Paraíba, que mora com os dois filhos em São Sebastião, define o lugar como o "coração de Ceilândia". "É aqui que gostamos de ficar, nossa referência, nosso lar", afirma o paraibano de São José de Piranhas. Em 2014, o músico lançou um CD e um DVD em comemoração aos mais de 50 anos de carreira. "Tocar é um vício. Só deixamos a profissão quando morrermos."
Festival
Nesse fim de semana, Ceilândia comemorou os 29 anos da Casa do Cantador, na QNN 32, com música, folclore, teatro mamulengo, literatura de cordel e outras expressões artísticas do Nordeste. Só no sábado (21), cerca de 800 pessoas passaram pelo Festival Regional de Cultura Popular, segundo o diretor da casa, Francisco de Assis Chagas Filho.
Nesse fim de semana, Ceilândia comemorou os 29 anos da Casa do Cantador, na QNN 32, com música, folclore, teatro mamulengo, literatura de cordel e outras expressões artísticas do Nordeste. Só no sábado (21), cerca de 800 pessoas passaram pelo Festival Regional de Cultura Popular, segundo o diretor da casa, Francisco de Assis Chagas Filho.
O evento gratuito foi até a meia-noite de domingo
(22). "Para o ano que vem, esperamos uma grande festa de 30 anos. Além
disso, pretendemos trazer de volta projetos como a Sexta do Repente e o Sabadão
do Forró", adianta o diretor.
A iniciativa foi da Administração de Ceilândia, da
Associação dos Cantadores Repentistas e Escritores Populares do DF e Entorno e
da Associação dos Forrozeiros do Distrito Federal, com o apoio da Quadrilha
Sanfona Lascada.
História
A Casa do Cantador é considerada o "palácio da poesia e da literatura de cordel" no Distrito Federal. Foi inaugurada em 9 de novembro de 1986 e está localizada na QNN 32, em Ceilândia — região administrativa que concentra a maioria dos imigrantes do Nordeste em Brasília.
A Casa do Cantador é considerada o "palácio da poesia e da literatura de cordel" no Distrito Federal. Foi inaugurada em 9 de novembro de 1986 e está localizada na QNN 32, em Ceilândia — região administrativa que concentra a maioria dos imigrantes do Nordeste em Brasília.
O local é palco de apresentações de cantores de
repente e embolada, exposições de culinária e cultura nordestina, oficinas de
música e trabalhos de inclusão digital. Nas décadas de 1980 e 1990 recebeu
nomes como Luiz Gonzaga e Dominguinhos.
O espaço conta também com uma biblioteca batizada
em homenagem ao poeta popular cearense Patativa do Assaré, na qual é possível
encontrar um grande acervo de cordéis e exemplares de expoentes da literatura
nordestina, como Jorge Amado e Ariano Suassuna.
Casa do
Cantador
QNN 32, Área Especial, Ceilândia Sul
Visitação de segunda a sexta-feira, das 9 às 18 horas
(61) 3378-5067
QNN 32, Área Especial, Ceilândia Sul
Visitação de segunda a sexta-feira, das 9 às 18 horas
(61) 3378-5067
Por: Gabriela Moll, da Agência Brasília - Foto:Tony
Winston/Agência Brasília