Jamal, presidente destituído: Querem mudar o
resultado no tapetão
Decisão judicial deixa vago o cargo de presidente da Federação das Indústrias do Distrito Federal e determina novo pleito. Candidato derrotado nas eleições realizadas no ano passado denuncia irregularidades durante a concorrência interna
Uma das entidades mais representativas do setor produtivo da capital, a Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra) está em guerra. Uma decisão judicial destituiu o presidente, Jamil Bittar, e determinou a realização de novas eleições. O dirigente da organização recorreu e espera permanecer no comando, enquanto os rivais prometem retomar o controle da federação para organizar o pleito. O episódio expõe a disputa de poder dentro da Fibra, que congrega 10 sindicatos industriais e representa mais de 10% do Produto Interno Bruto do DF.
Jamal Bittar foi eleito em julho do ano passado. O derrotado, José Luiz
Dias Fernandes, do setor de móveis, questionou a legalidade do processo
eleitoral e denunciou a existência de irregularidades na escolha do presidente.
Ele recorreu à Justiça no ano passado, pedindo o cancelamento das eleições,
mas, à época, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) negou o pedido de liminar. Foram
realizadas, então, várias audiências de conciliação. Não houve sucesso nas
tentativas de acordo.
Na última sexta-feira, o juiz trabalhista Ricardo Machado Lourenço Filho
determinou a suspensão do pleito de 2014 e a volta dos dirigentes anteriores,
até a realização de um novo processo eleitoral. Os oficiais de Justiça
estiveram na sede da Fibra na última quarta-feira. Jamal Bittar critica o fato
de a eleição ter sido judicializada. “O inconformismo da turma que perdeu é
muito grande, querem mudar o resultado no tapetão”, critica Bittar. “Vamos
recorrer dessa decisão, que foi equivocada. Já temos 14 meses de gestão e
estamos desenvolvendo um bom trabalho, o que incomodou esse grupo de oposição”,
queixa-se Bittar.
Racha
O empresário José Luiz Dias, que era vice-presidente da gestão passada e
pode assumir a Fibra por causa da decisão judicial, alega que não tem interesse
em permanecer à frente da federação e defende a realização de uma nova disputa.
“Desde o início contestamos a eleição, pois houve irregularidades, como a
destituição do presidente da comissão eleitoral. Precisamos unir a federação,
que está rachada. É preciso buscar um entendimento para que a gente consiga o
lançamento de uma chapa única, como sempre foi”, defende
Fonte: Helena Mader – Flávia maia
– Foto: Carlos Vieira/CB/D.A.Press - Correio Braziliense