Para que será que servem?
Para mim,
é um dos mais aprazíveis e bonitos logradouros de Brasília: toda aquela área
que circunda e complementa a Torre de TV.
Desde a
Estação Rodoviária em um sentido e a Praça do Buriti em outro, a Torre de TV se
impõe majestosa, não ficando a dever nada às outras atrações turísticas de
outras cidades brasileiras e — por que não? — do mundo. A nosso modo, de acordo
com a arquitetura da cidade planejada e moderna, ela é linda e atraente sim.
No
governo passado, toda aquela área foi reurbanizada, e os jardins planejados por
Burle Marx foram refeitos, o que demandou muito tempo para ser concluído e
entregue à população.
Acrescida
das ciclovias que, um sonho nosso, foram construídas ao longo do Eixo
Monumental, para tirar os ciclistas daquelas pistas demarcadas e protegidas
apenas nos fins de semana, tudo foi ficando mais bonito, mais bem cuidado, com
os jardins refeitos.
Além disso,
a fonte luminosa foi restaurada e, em tardes e noites quentes, fica cheia de
gente, que estaciona seus carros lá perto e vai namorar, passear com as
crianças, respirar ar puro e até descansar depois de um dia duro de trabalho.
Um privilégio de quem tem a sorte de morar numa cidade que já ostentou o título
de campeã de qualidade de vida.
Diante de
toda aquela beleza, no entanto, um detalhe nos intriga. Durante as obras de
restauração dos jardins, da ciclovia, calçadões e tudo mais, foram colocados
uns postes, com uma espécie de lampião no topo, o que nos levou a pensar que
seria na nova iluminação daquela área. Eles são muitos, espalhadas pelos lados
Sul e Norte, próximos do meio-fio e mais para dentro do jardim.
Esperamos
até o dia da inauguração daquela iluminação, achando que haveria um happening
para tal, embora desde sempre questionássemos se aquele tipo de poste seria
adequado para o local, entre os jardins e a torre.
Mas, na
esperança de que tudo foi feito após um estudo e planejamento adequados, com
tudo certo em seus lugares, ficamos esperando que iluminassem a área e, até
hoje, lá estão eles, sem lâmpadas, sem vidros, sem sinal de que têm ou terão
alguma utilidade e muito menos se foram desprezados porque não foram
apropriados para o local.
Descobrimos
e elegemos, então, para a nossa grande coleção, mais um Ponto Morto de
Brasília. E o pior é que ninguém sabe dizer qual será o destino ou a utilidade
daquilo.
Ou sabe?
Por: Jane Godoy - Coluna 360 - Graus - Foto: André Violatti/CB/D.A.Press - Correio Braziliense