Ex-governador, ex-chefe da Casa Civil e
Chico Vigilante reagem a declarações da presidente da Câmara. Em entrevista ao
Correio, deputada do PDT chama petista de bandido e diz que Dilma é refém de
esquema de corrupção montado por Lula
"Não vou bater boca com uma pessoa sem
preparo e que não tem condições de comandar uma instituição. Minha resposta
será na Justiça" (Agnelo Queiroz, ex-governador do DF)
Chamado de “bandido” pela presidente da
Câmara Legislativa, Celina Leão (PDT) em entrevista publicada ontem pelo
Correio, o ex-governador Agnelo Queiroz (PT) anunciou que vai ingressar com
duas ações judiciais contra a distrital. “Não vou bater boca com uma pessoa sem
preparo e que não tem condições de comandar uma instituição. Minha resposta
será na Justiça”, disse o petista.
O líder do PT na Câmara Legislativa,
Chico Vigilante, emitiu ontem uma nota de repúdio às declarações de Celina. O
deputado distrital cobrou que sejam comprovadas as acusações feitas por ela
contra Agnelo e contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Falta
preparo dela como personagem política e administradora da Casa do povo. A
distrital não mediu as palavras e acusou integrantes do PT sem estar munida de
provas”, argumentou.
Para Celina, Lula é o “mentor” de um
esquema pesadíssimo de corrupção que mantém a presidente Dilma Rousseff como
“refém”. Vigilante também defendeu a união do PT para responder a Celina.
"A altíssima
rejeição do Legislativo local responde por si só. Se eu tivesse medo deles não
estaria dizendo o que digo" (Hélio Doyle, ex-chefe da Casa Civil do DF)
Principal opositora do GDF na gestão
passada, a presidente da Câmara disparou as maiores críticas a Agnelo. “Ele é
um bandido, um ladrão, um cara que roubou”, disparou. O ex-governador do DF
pretende entrar com duas ações contra Celina: uma penal, por injúria, calúnia e
difamação; e outra cível, para cobrar a reparação por danos morais.
As declarações de Celina causaram
reações enérgicas também do ex-chefe da Casa Civil Hélio Doyle, outro alvo de
críticas da pedetista. Doyle afirma que não deixou o governo por causa de
Celina Leão, como a própria presidente da Câmara Legislativa afirmou na
entrevista. Os dois entraram em choque durante os primeiros meses do governo de
Rodrigo Rollemberg. Em junho, depois de ataques públicos da pedetista, Doyle
pediu demissão, durante entrevista coletiva no Palácio do Buriti, em que atacou
a postura da Câmara Legislativa.
O jornalista ontem voltou a criticar a
deputada. “Ela passava o dia infernizando o Palácio do Buriti, brigando por
interesses pessoais, por mais verba de publicidade do Detran que tem o irmão
como um dos grandes beneficiários”, denunciou.
Doyle não pretende entrar na Justiça,
até porque respondeu uma interpelação judicial movida por Celina e outros cinco
deputados por um episódio parecido. Quando deixou o Palácio do Buriti, ele
acusou parlamentares de fazerem “chantagens e pressões não republicanas contra
o governo”. Após a interpelação judicial, o ex-chefe da Casa Civil não deu
detalhes das cobranças dos deputados e retirou parte das críticas que havia
feito. Por isso, Celina afirmou que Doyle “se acovardou totalmente ou falou, em
juízo, o que sempre achava”.
O ex-braço direito de Rollemberg,
contudo, diz que não foi covarde: “Talvez a presidente da Câmara não tenha
sabido ler a resposta que meu advogado fez, no sentido de não individualizar as
coisas e evitar a judicialização. O debate é político, não judicial”,
argumenta. Ele garante que não se arrepende de absolutamente nada do que disse.
“O que penso sobre ela e a Câmara expresso naturalmente sempre que sou
perguntado. A altíssima rejeição do Legislativo local responde por si só. Se eu
tivesse medo deles não estaria dizendo o que digo”, diz.
Fonte: Matheus Teixeira – Fotos: Minervino
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