A interdição da antiga ciclovia será feita em
etapas: previsão é que obra fique pronta na segunda quinzena de janeiro, com
três anos de atraso
Quem anda de bicicleta, patins, ou caminha pelo
Parque da Cidade aguarda a nova pista para prática de esportes no local. As
obras da ciclovia da área verde já perduram há mais de três anos. A primeira
data estipulada de entrega era no carnaval de 2013; depois, a Copa do Mundo de
2014. Porém, com a mudança de gestão no Governo do Distrito Federal, houve
suspensão das intervenções, e os prazos se alongaram ainda mais. A nova
previsão de entrega da obra é para a segunda quinzena de janeiro.
Antes disso, os usuários terão que lidar com alguns
transtornos. Cerca de 4km dos totais de 10km da pista antiga estão interditados
para revitalização. A Secretaria de Turismo, responsável pela administração do
parque, alega que somente depois dos ajustes será possível entregar os dois
espaços para circulação.
A obra foi retomada em julho deste ano, após
liberação de novos recursos. Ela deveria ter sido entregue à população, de
acordo com o cronograma do governo, no mês passado. A nova pista de 10km de extensão
e cinco metros de largura está sendo feita paralelamente à atual, do lado
externo, mais próximo dos estacionamentos, e será de uso exclusivo para
pedestres. A faixa antiga, de 6m de largura e também com 10km de extensão,
servirá como ciclovia, para bicicletas, patins, skates e outros equipamentos
velozes (chamados de ciclos). A justifica da troca é evitar que os pedestres
tenham que cruzar a faixa dos ciclistas.
Desde ontem, cerca de 4km da pista antiga estão
interditados para a prática esportiva. Os serviços são de recuperação e
fresagem do pavimento antigo. Isso significa que parte dos asfalto com
rachaduras será retirado e uma nova camada asfáltica cobrirá a pista — a fim de
fazer um nivelamento do espaço. A interdição durará 20 dias. Depois disso, os
demais trechos também serão revitalizados. “Existia muita reclamação com
relação a rachaduras e sinalização da pista. Essa revitalização vai beneficiar
o usuário e aumentar a segurança no trânsito dentro do parque”, explicou o
secretário adjunto de Turismo, Jaime Recena.
Apesar dos prazos estendidos, o servidor público
Adriano Campos, 43 anos, vê como positiva a intervenção. “A pista (antiga)
apresenta alguns defeitos. A recuperação dos trechos será boa, uma vez que
serão usados para bicicleta.” Ele, assim como a mulher, Adriana Campos, 42,
somente não aprovou a sinalização da área interditada. “Não dá para saber
direito por onde prosseguir. Acaba que temos que invadir ou passar no meio da
grama. Deveria ter setas para orientar melhor o usuário”, argumentou a
professora. O casal corre diariamente pelo Parque da Cidade. Para os dois, a
conclusão da obra é necessária.
“Fico receosa de andar com os meus filhos por aqui,
com a circulação de bicicletas no mesmo espaço”, conta Adriana. Júlio
Maria do Carmo, 35, pedala diariamente no local. Como ciclista, aguarda a
conclusão das pistas para a prática exclusiva do esporte. “Alguns pedestres
distraídos acabam atravessando a pista sem olhar para os lados. Nós ficamos com
medo, porque é nessa hora que pode acontecer um acidente. Com a nova pista, a
gente vai ficar mais tranquilo para pedalar por aqui”, comentou o servidor
público. “Só é preciso ver também como será a iluminação da nova pista.”
Ajustes
Segundo Recena, as intervenções são necessárias para manter a
funcionalidade das duas pistas. Ele considera que o novo prazo é aceitável —
uma vez que as obras foram paralisadas por quase um ano. “Corremos atrás dos
recursos. Entendo que pode ser algo incômodo, mas será para o beneficio dos usuários”,
explicou. Sobre a sinalização do percusso interditado, o secretário ressaltou
que a empresa será acionada para melhorar as indicações de caminhos para a
população. “É algo temporário. Se os usuários entendem que não está adequado,
vamos readaptar.”
A expectativa é que as duas pistas estejam prontas
na segunda quinzena de janeiro. A iluminação, porém, só será licitada depois da
inauguração da nova faixa. A argumentação é que no momento não há recursos para
abertura do processo. “A prioridade da nossa administração foi retomar a obra
já licitada.”
Por: Thiago Soares – Foto:
Minervino Junior/CB/D.A.Press – Correio Braziliense