test banner

PERFIL » Um cabo eleitoral faz-tudo

                 Valdirzão com Joaquim Roriz nos braços: intimidação e truculência

Valdir Luiz de França, o Valdirzão, é cabo eleitoral profissional. Fez-se conhecido nas campanhas do ex-governador Joaquim Roriz. Mas fidelidade e ideologia partidária não são o forte dele. O dinheiro fala mais alto e, portanto, leva o serviço quem paga mais. E quem contrata sabe bem o tipo de serviço oferecido: intimidação de cabos eleitorais adversários e truculência são marcas registradas na atuação de Valdirzão.

Em entrevista ao Correio em 2006 — quando levou nos braços o então candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, que se viu na saia justa de ser carregado por um homem acusado de crimes —, Valdirzão disse ter feito campanhas para o PT nas eleições de 1988, quando Luíza Erundina foi eleita prefeita de São Paulo, e, em 1989, para Lula. No DF, sua imagem é ligada ao grupo de Roriz, mas já atuou nas campanhas de José Roberto Arruda e até de Agnelo Queiroz.

Formado em pedagogia, o cabo eleitoral já foi policial militar e salva-vidas. Em 2005, acabou denunciado à Justiça por participação na máfia dos concursos. Segundo o Ministério Público Federal, ele era encarregado de recrutar candidatos interessados em receber os resultados das provas. Na época, negou fazer parte da quadrilha, mas assumiu ter passado no exame após receber informações privilegiadas, negando ter pagado por isso.

Do alto de seus 1,92m e 47 anos, Valdirzão já acabou na delegacia algumas vezes. Um ano após ser detido por suposta participação na máfia dos concursos, foi acusado de agressão pelo então candidato a distrital pelo PSL Aílton Leão e o irmão dele, Ricardo Aguiar. A confusão aconteceu na Feira de Planaltina, quando militantes de Maria de Lourdes Abadia e de José Roberto Arruda disputavam território. Um grupo de 30 pessoas liderado por Valdirzão teria provocado o desentendimento ao exigir a saída dos militantes. Na delegacia, ele desmentiu, alegando que reagiu às provocações.

Valentão
Valdirzão faz questão de alimentar a fama de valentão. Num desses episódios, foi baleado no rosto por um adolescente. Passou um bom tempo internado. A história lhe rendeu mais um serviço. A pedido de um deputado federal do DF favorável à redução da maioridade penal, Valdirzão levou sua claque para as galerias do Congresso Nacional. “Tinha aquela juventude do PCdoB xingando os deputados, e precisávamos de um contraponto. Como ele tinha sido vítima de um menor, o convidei para ir no dia da votação. Não paguei nada. Ele foi porque estava ferido e indignado com o que passou”, assegura o parlamentar. (A.B.)


Fonte: Correio Braziliense – Foto: André Correa – Esp/CB/D.A./Press 

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem