Graças à divulgação nas redes sociais,
paciente sem identificação reencontra família
Posts alcançaram 1,9 milhões de
pessoas
Graças a um longo trabalho de
divulgação nas redes sociais e na imprensa, a Secretaria de Saúde do DF pode,
finalmente, realizar, nesta quarta-feira (20), o reencontro do paciente
admitido sem identificação, no Hospital de Base, com a sua família, que mora em
Alto Alegre do Pindaré, no interior do Maranhão. José Ribeiro de Souza
Neto (28 anos) ficou internado na unidade por oito meses, mas a família já não
tinha notícias há aproximadamente quatro anos.
O trabalho para localizar os familiares
começou em sete de julho de 2015, quando a equipe de redes sociais do órgão
iniciou a divulgação de peças com fotos de José. Ao todo, foram quatro cards,
que alcançaram o público de 1,9 milhões de pessoas. Foram 63.321 ações de
engajamento, o que incluem comentários, compartilhamentos e curtidas.
Foi um sobrinho do padrasto de José,
que mora no Ceará, quem viu a foto no Facebook e ligou para avisar à família do
rapaz. “Um sobrinho meu acessava diariamente a internet, viu a foto, reconheceu
e ligou para a mãe dizendo que tinha visto a foto de José”, contou o padrasto,
Luiz Evandro Rodrigues Pinheiro.
A mãe, Alaíde de Souza Pinheiro, entrou
em contato com o Núcleo de Assistência Social do Hospital de Base no dia cinco
deste mês e, após receber mais fotos, ela e o marido confirmaram o parentesco.
“Reencontrar meu filho foi a maior
benção que já tive na vida. Faz quatro anos que não vejo. Nesse meio tempo, ele
morou com a avó e, depois que o avô morreu, ele caiu no mundo, e a gente perdeu
contato. Ele chegou a fazer tratamento para depressão, mas, de repente, ele
quis sair da cidade”, lembrou Alaíde. Segundo a mãe, ele era professor de
Inglês na cidade natal, em Alto Alegre do Pindaré. Em 2011 foi a última vez que
viu o filho.
A assistente social do Base, Sara
Araújo, aponta que a ajuda com as divulgações foi essencial para a família
encontrar José. “Se não fosse isso, não teríamos conseguido. Até dezembro do
ano passado, ele não expressava nada, nem sorriso, nem nada. Hoje, ele anda e
sorri para a gente. As equipes de enfermagem e fisioterapia deram um total
apoio e conseguiram reabilitar o paciente que está cada dia melhor”, destaca.
ACIDENTE - José chegou até o
Hospital de Base para receber atendimento pela equipe de trauma após ser
atropelado na 106 sul, em 24 de maio de 2015. O rapaz ficou internado no
terceiro andar do hospital, porém, algumas sequelas comprometeram sua fala, o
que dificultou obter informações sobre sua origem para que ele pudesse voltar
para casa.
Após melhora do quadro, foi encaminhado
para o prédio de internação, no terceiro andar da unidade de Neurocirurgia. A
alta de José Neto foi liberada aproximadamente um mês após o tratamento, que
iniciou em 24 de maio.
AUXÍLIO - A família, de origem
humilde, não tem condições de pagar as passagens de volta para a cidade
natal. Por isso, o Núcleo de Assistência Social do Base realiza uma ação de
arrecadação de valores para comprar as passagens, cada uma custa, em média, R$
250.
A assistência social procurou, durante
a permanência de José, abrigos que o aceitassem, porém, nenhuma
instituição o acolheu. Quando internado, a Policia Civil do DF e a
Policia Federal foram procuradas para verificação das digitais do
paciente, mas sem sucesso.