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#URBANISMO » Projeto dá nova cara à Península

O plantio de espécies típicas do cerrado e a construção da infraestrutura no local começam a recompor a área de preservação

Após a fase das derrubadas, na Península dos Ministros, está em andamento a recomposição da área de preservação permanente (APP) da orla do Lago Paranoá. Ao longo dos 30m da APP, são plantadas várias espécies do cerrado, além da criação de um jardim aquático. O projeto de retomada do espaço prevê, ainda, a divisão do espaço em quatro zonas, de acordo com a vocação de uso de cada uma. Elas serão delimitadas pela ciclovia, em construção. Em uma segunda etapa, devem ser instalados parques infantis, pistas de skate, chuveiros e umidificadores.

Os planos estão em fase de discussão no grupo de trabalho que acompanha a revitalização do local e fazem parte do projeto Orla Livre. Guardados os 30m referentes à APP, serão criadas áreas temáticas. A região do Conjunto 0, por exemplo, deve abranger uma zona gastronômica, com quiosques simples. É possível que parte da estrutura existente antes da desobstrução integre a nova, a ser implantada. Logo após a Embaixada da China, haverá um novo parque. Nele, ficará a Zona 2, espaço lúdico, onde deve ser colocado um deck para contemplação. Nesse espaço, algumas quadras poliesportivas existentes devem ser aproveitadas (veja arte).

Na Zona 3, deve ser mantida a vocação esportiva, em especial, a prática do kite surf. Nela, também haverá um deck e mata densa. Por fim, a 4, onde fica o Parque da Asa Delta, será destinada aos esportes radicais. Nela, será instalado o mobiliário para a prática de skate, patins, le parkour, entre outros. “O que estamos fazendo é tornar a orla segura. Estamos promovendo a segurança. Propomos uma orla inteligente, em que se vai ter a possibilidade de caminhar por toda a extensão dela”, explica o subsecretário de Projeto, Orçamento e Planejamento da Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sinesp), João Batelli.

Vegetação
O paisagismo ficará a cargo da Novacap e do Jardim Botânico, com colaboração do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). As primeiras 300 mudas de espécies variadas foram cedidas pelo viveiro da estatal. A composição da APP é um desafio paisagístico, na avaliação do diretor do Jardim Botânico, Jeanitto Gentillini. “É um lago artificial, cuja borda foi se consolidando ao longo dos anos; por isso, não podemos falar em revitalização ou em retomada da vegetação original, porque antes ela não existia. Faremos um trabalho de entendimento de como a fauna se comunica com o lago”, explica.

Dessa forma, estão previstas fitofisionomias do cerrado, de vereda a campo sujo. Nos terrenos das embaixadas, a desobstrução é discutida pela Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração Pública Federal, da Advocacia-Geral da União (AGU). Caso não seja viável o recuo das cercas, devem ser construídos trapiches para evitar a interrupção da ciclovia. Assim, nesse espaço, devem ser colocados jardins aquáticos.

Memória - Áreas liberadas
Em agosto do ano passado, a Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) iniciou a derrubada de cercas vivas e alambrados, na Pensínsula dos Ministros. Com isso, as edificações erguidas nos 30m de área de preservação permanente (APP) e dentro da poligonal do parque ficaram interditadas. Isso abrangeu piscinas, píeres e quadras esportivas — antes, de uso restrito. Nas etapas seguintes, em setembro e outubro, moradores do Lago Norte se anteciparam às derrubadas e recuaram, por iniciativa própria, as cercas. No total, a medida atende à determinação do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), de 2012. As derrubadas estavam, a princípio, programadas para maio de 2015, mas um recurso interposto pela Associação dos Amigos do Lago Paranoá (Alapa) conseguiu adiá-las. A ação foi ajuizada, em 2005, pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e não cabe mais recurso.



Fonte: Maryna Lacerda – Correio Braziliense

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