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#TRÂNSITO » #Smartphones - Tecnologia inimiga do volante - (Segura o bolso: Somente em 2015, 49.907 condutores foram multados)

No Distrito Federal, um total de 49.907 motoristas foram multados pelo uso incorreto de telefone: infração rende multa de R$ 191,54

Em média, a cada 10 minutos, uma pessoa é flagrada usando o celular enquanto dirige. Para especialistas, ao lado das altas velocidades, esse tipo de infração tem se tornado uma das principais causas de acidente nas vias. O perigo é para quem está dentro e fora do veículo

A alta velocidade é apontada como uma das maiores causas de acidentes de trânsito nas vias, mas o uso da tecnologia tem se tornado um perigoso vilão. No Distrito Federal, a cada 10 minutos, uma pessoa é multada por usar o celular enquanto dirige. Quem cultiva esse hábito nem sempre tem consciência do risco que corre. Somente em 2015, 49.907 condutores foram multados pelo uso ilegal dos smartphones, contra 50.028 em 2014. O uso de fones também é penalizado. No ano passado, foram 2.302 autuações, contra 2.347 em 2014. Especialistas apontam que a tecnologia desvia a atenção ao volante.

O número de flagrantes nas vias da capital é considerado alto pelo Departamento de Trânsito (Detran-DF). Tornou-se habitual ver alguém dirigindo e usando o celular. Com o avanço da tecnologia móvel, as pessoas falam, enviam mensagens e consultam a internet. Um perigo para quem está dentro e fora do veículo. Para burlar a fiscalização, alguns motoristas usam o viva-voz ou o sistema bluetooth — quando a voz de quem chama é enviada diretamente para o sistema de alto-falantes do veículo. Práticas que nem sequer estão previstas no Código Brasileiro de Trânsito, mas são tão ou mais graves que conversar ao telefone. A multa prevista para quem usa fones de ouvidos conectados à aparelhagem sonora ou ao telefone celular é de R$ 191,54, considerada infração média.

De acordo com o especialista em trânsito e professor de engenharia de tráfico da Universidade de Brasília (UnB) Paulo Cézar Marques, o uso dos celulares aumenta a falta de atenção no trânsito. “O telefone sempre esteve presente, mas, agora, com os aplicativos, ele se tornou um perigo nas vias. Quando uma pessoa está no meio da rua e atende o celular, ela gesticula muito. O celular desvia a atenção e, na direção, representa um risco para quem está dentro e fora do carro. O ideal é desligar o celular ou olhar somente depois de deixar a direção”, orienta Marques.
              Especialista vê a fiscalização como um dos pilares para evitar acidentes
O especialista também cita a alta velocidade. Para Marques, o motorista deve estar atento com ele mesmo, com o passageiro e com os demais que estão no trânsito, como pedestres e ciclistas. “O condutor deve ter cuidado e moderar a velocidade, respeitando também as regras de distâncias, assim como todos os agentes envolvidos no trânsito”, aponta Marques. De acordo com balanço do Detran-DF, em todo o ano passado, 465.048 motoristas foram multados por dirigir acima da velocidade permitida na via. Em 2014, 610.951 multas foram contabilizadas nesse tipo de inflação.

A empresária Neila Almeida, 22 anos, tenta não cometer os dois problemas ao volante: o excesso de velocidade e o uso de celular. Pelo primeiro, ela já teve que arcar com algumas multas. Para o segundo hábito, ela se policia para não pegar o telefone. “A correria do dia a dia faz a gente correr um pouco mais. Por isso, estou me policiando para não ser mais penalizada e, principalmente, evitar acidentes”, conta. “Com relação ao celular, procuro deixar dentro da bolsa e no banco de trás para não ter curiosidade de mexer”, completa.

Pilares
O pesquisador em comportamento de trânsito Fábio de Cristo alerta para três pilares que, em desarmonia, podem contribuir para um acidente de trânsito. O primeiro fator diz respeito à formação do condutor: é preciso ter o conhecimento de todas as sinalizações e regras de trânsito para evitar situações de risco. Outro elemento importante é a condição das vias. Além das estradas, iluminação e placas indicativas auxiliam o condutor em uma viagem tranquila. Por fim, a fiscalização deve funcionar para evitar que outros motoristas em situações irregulares interfiram em direções seguras. “Juntos, esses três elementos vão influenciar o fator humano, vão dar suporte para que as pessoas se comportem com segurança e não tomem decisões equivocadas”, explica.

Como dica para evitar essas situações, além das recomendações tradicionais de suspender o uso de telefones e o consumo de drogas lícitas e ilícitas, o especialista sugere fazer sempre uma avaliação pessoal da capacidade de percepção do destino. “Durante a direção, o condutor terá que identificar e entender placas, localizar buracos na via, além de manter o reflexo ativo para perceber o comportamento de outros motoristas”, explica. A manutenção do carro em dia, com balanceamento, pneus novos e documentação correta, é outra medida preventiva para evitar surpresas desagradáveis, segundo Cristo.

Em busca de resultados
Para o brasiliense comemorar a queda de 50% nas mortes no asfalto, como propõe a Década de Ação para Segurança no Trânsito, da Organização Mundial da Saúde (OMS), iniciada em 2011, o número de vítimas tem que ser igual ou menor que 230, como média anual, até 2020 — um resultado muito difícil de ser atingido. Há pelo menos 15 anos, os óbitos no trânsito permanecem estagnados na casa das 400 vítimas por ano. Em 2014, 406 não resistiram a acidentes automobilísticos na capital. No ano passado, com a intensificação da fiscalização e a retomada de campanhas educativas de massa — que ficaram interrompidas por cerca de cinco anos —, o número foi o menor em uma década e meia. O balanço feito pelo Detran, de janeiro a dezembro, revela 322 mortes, 12% menor que o mesmo período do ano passado, quando foram contabilizados 368 casos.



Fonte: Thiago Soares – Fotos: Ronaldo de Oliveira/CB/D.A.Press – Minervino Junior/CB/D.A.Press – Correio Braziliense

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