Brasília completa 56 anos em meio
a muitas incertezas. A República vivencia uma das suas maiores crises política
e econômica. Muitos moradores da capital estão assustados e pessimistas. Não é
para menos. Os fatos apresentados pelo noticiário a cada dia causam apreensão e
impactam a vida de cada um. Precisamos superar logo o atual momento para
trabalharmos, juntos, na reconstrução do país. Mesmo com divergências sobre
qual caminho seguir, o povo brasileiro está unido por um mesmo objetivo: um
Brasil melhor. Esse sentimento é importante para alcançarmos as transformações
e as reformas necessárias, e é fundamental para a retomada de uma agenda que
permita ao país voltar a crescer.
Os brasilienses passam por este momento com o agravante de ainda
enfrentarem as consequências de duas crises locais recentes, uma política e
outra financeira, que continuam a reverberar na cidade. Mesmo diante
desse cenário, no Distrito Federal as transformações já começaram. Brasília
está mudando. Assim, no gerúndio mesmo, porque essa mudança é uma ação
contínua, que nunca se interrompe. Ela está mudando de diversas formas.
Na sua essência, uma vez que a população segue amadurecendo com sua
história, formando novas identidades, percepções e necessidades, evoluindo no
modo que se apropria da cidade, dos espaços urbanos. Nos seus desafios e
problemas. Muitos que não foram devidamente enfrentados no passado. Outros que
nunca existiram e surgem com o crescimento desordenado, a rediscussão das
relações, o questionamento de antigas soluções.
Assumimos esta cidade em constante transformação social e com um quadro
financeiro crítico e perigoso. Seguimos em frente, com coragem, e obtivemos
nesses 16 meses conquistas concretas e estruturantes. Estamos pagando salários
em dia, quitamos boa parte das dívidas herdadas e apresentamos calendário real
de pagamentos para o restante dos credores. O caixa continua apertado, mas está
controlado. Há um ano, para os críticos, esse cenário parecia impossível. Para
tanto, tivemos de adotar medidas duras, impopulares. A fórmula é conhecida:
cortar despesas e aumentar receitas. Nós a seguimos com muita responsabilidade.
Conseguimos, governo e população, diminuir o rombo de R$ 6,5 bilhões
para menos da metade, R$ 3 bilhões. Isso permitiu manter os serviços públicos
em funcionamento e a cidade minimamente organizada. Mas sabemos que Brasília
precisa de muito mais. A reorganização promovida nas finanças públicas ainda
não equacionou de vez as contas do Distrito Federal, mas garantiu condições
para dar sequência a diversas ações que estavam paradas e para iniciar muitas
outras.
É possível mencionar o início das obras de pavimentação e drenagem do
Sol Nascente, de infraestrutura de Vicente Pires, do Aterro Sanitário Oeste e
da construção do Bloco 2 do Hospital da Criança, além das entregas de quatro
viadutos em Águas Claras, de 16 creches, de 7,2 mil unidades habitacionais do
Parque do Riacho e do Paranoá Parque, e de 10 mil escrituras nas diversas
regiões administrativas. Outras ações necessárias para o desenvolvimento da
nossa capital são preparadas. O plano de mobilidade, por exemplo, traz
intervenções significativas no Distrito Federal, como as obras da saída norte e
a construção do túnel de Taguatinga, já contratadas.
Para garantir mais melhorias, abrimos o diálogo com o setor produtivo a
fim de estabelecer parcerias que tragam agilidade e serviços de excelência ao
cidadão. Teremos a qualidade e o investimento da administração privada sob o
controle e a fiscalização do Estado. Reforçamos a transparência do Executivo,
com a criação do aplicativo Siga Brasília e o aperfeiçoamento do Portal da
Transparência, para dar a todos os brasilienses as condições de acompanhar os
investimentos públicos de maneira segura e atenta. Não nos intimidamos nos
momentos de dificuldades e vamos juntos continuar superando os desafios. Tenho
plena convicção de que vamos transformar Brasília em uma cidade muito melhor
para todos, sendo exemplo e referência para todo o país.
Rodrigo Rollemberg – Governador de
Brasília