O painel escolhido para a mostra
holandesa é uma reprodução do existente na Torre de TV
A reprodução de um painel do
artista plástico brasileiro, cujos azulejos se tornaram marca registrada da
capital, faz parte de uma exposição motivada pelos Jogos Olímpicos Rio 2016
Mais uma vez, a arte brasiliense é
prestigiada no continente europeu. Desta vez, o painel de azulejos da Fundação
Athos Bulcão faz parte da grande mostra de artes visuais no Centro Cultural
Kunsthal KAdE, em Amersfoort, na Holanda. O evento ocorre desde o último sábado
e ficará em cartaz até 28 de agosto. A exposição intitulada Soft Power. Arte
Brasil está composta por pinturas murais, painéis e grafites que abordam uma
grande variedade de questões de cunho político, como a condição dos povos indígenas
no norte do país, a escassez de água em São Paulo e as políticas econômicas do
governo. Ao todo, participam 38 artistas visuais do Brasil.
A exposição é motivada pela perspectiva dos Jogos Olímpicos no Rio de
Janeiro — o segundo evento esportivo internacional sediado pelo Brasil em
poucos anos, logo após a Copa do Mundo, em 2014. Em Soft Power. Arte Brasil, o
Centro Cultural Kunsthal KAdE questiona que tipo de país opta por se apresentar
em grandes eventos, enquanto passa por tantos acontecimentos. Essa é a maior
exposição de arte brasileira contemporânea que o espaço holandês realiza. O
local tem por tradição divulgar mostras de artes visuais, arquitetura e design.
Para a exposição, a Fundação Athos Bulcão reproduziu azulejos e orientou
a montagem de um painel com dimensões de 2,7m x 2,7m com o padrão da Torre de
TV de Brasília. Segundo a secretária executiva da fundação, Valéria Cabral, a
arte revela a importância e a gratificação do reconhecimento da obra de Athos.
“Fomos procurados por Julia Moreira, assistente de Projetos do Kunsthal KAde,
para reproduzirmos o painel em azulejos da Torre de TV de Brasília para
integrar a exposição. Para nós, é importante o reconhecimento da genialidade e
da singularidade da obra de Athos numa exposição como essa, que valoriza a
questão política de suas obras públicas, ao tornar as ruas um museu a céu
aberto”, explicou.
De acordo com um site divulgador do evento no Brasil, o título Soft
Power tem origem do livro de 2004 Soft Power, the means to success in world
politics, do cientista político norte-americano Joseph S. Nye Jr. Nessa obra, o
autor descreve o método soft power como um modo de influenciar o comportamento
das pessoas com a intenção de atingir os próprios objetivos. Segundo o site,
isso é o que exatamente muitos artistas fazem: influenciar de forma
diferenciada a percepção do mundo.
Fonte: Correio Braziliense