O consultor jurídico do Distrito Federal, René
Rocha Filho; a procuradora-geral do Distrito Federal, Paola Aires; o chefe da
Casa Civil, Sérgio Sampaio; a secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão,
Leany Lemos; e o secretário de Fazenda, João Antônio Fleury. Foto: Toninho
Tavares/Agência Brasília
Em reunião no Buriti nesta sexta (14), secretários
abriram os números da economia para mostrar que aumentar vencimentos agora
deixaria o DF na mesma situação de estados que atrasam salários
A equipe de Governança do Distrito Federal recebeu na tarde desta
sexta-feira (14), no Palácio do Buriti, dezenas de lideranças sindicais para
expor os motivos que impossibilitaram o Executivo de fazer o pagamento da
última parcela do reajuste a 32 categorias de servidores públicos. O aumento
foi aprovado sem previsão orçamentária na gestão anterior.
Após uma explanação sobre o cenário econômico nacional, o chefe da Casa
Civil, Sérgio Sampaio, explicou que majorar os vencimentos, neste momento,
levaria o DF a uma situação semelhante à de outras unidades da Federação que
estão atrasando ou parcelando salários.
"Fatalmente entraríamos num ciclo
de atraso de salários, portanto achamos melhor recuar e agir com
responsabilidade." - (Sérgio Sampaio, chefe da Casa Civil)
Nessas circunstâncias, enfatizou Sampaio, o governo de Brasília ficou
sem saída. “Não é uma opção, é uma necessidade. Caso implementássemos o
reajuste, fatalmente entraríamos num ciclo de atraso de salários, portanto
achamos melhor recuar e agir com responsabilidade”, declarou.
O secretário de Fazenda, João Antônio Fleury, mostrou aos presentes os
números preocupantes que justificaram a decisão do governo.
Com um déficit de R$ 2,3 bilhões — sendo R$ 1,4 bilhão de dívidas com
fornecedores e R$ 900 milhões para fechar o orçamento do ano —, a decisão de
não reajustar os proventos do funcionalismo, segundo ele, mostrou-se necessária
para evitar a paralisação de serviços públicos essenciais e para que o DF possa
ter chance de encerrar 2016 no azul.
Fleury fez mais um alerta: “Nossa prioridade número 1 é pagar os
salários, mas, com o reajuste, teríamos de atrasar o repasse para alguns
fornecedores, o que poderia afetar a prestação de alguns serviços”.
"Com o reajuste teríamos de atrasar o
repasse para alguns fornecedores, o que poderia afetar a prestação de alguns
serviços." - (João Antônio Fleury, secretário de Fazenda)
A secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão, Leany Lemos,
sugeriu às categorias a apresentação do fluxo de caixa do governo todo dia 11,
para que os servidores possam acompanhar os gastos e as despesas do governo.
“Vocês poderão acompanhar todas as contas e projetos do governo e vamos
conversando de acordo com o que acontecer no cenário econômico.”
Governador se reúne
com sindicatos patronais
Ainda na tarde de hoje (14), o governador Rodrigo Rollemberg se reuniu
com representantes de sindicatos patronais para explicar a situação financeira
do DF. Durante o encontro, ele ressaltou que a crise dificulta o orçamento para
investir em Brasília. A reunião ocorreu na sede do Sistema Fibra (Setor de
Indústria e Abastecimento, Trecho 3).
Pela manhã, em entrevista coletiva no Palácio do Buriti, Rollemberg
disse que conceder o reajuste nesse momento seria uma irresponsabilidade
fiscal. “Eu não vou quebrar Brasília, não vou ficar conhecido como o governador
que quebrou Brasília. Quero ser conhecido como o governador que equilibrou as
contas da cidade”, enfatizou.
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Agência Brasília