Em meio à polêmica nas redes sociais sobre possível mudança de nome,
Espaço Renato Russo tem reforma reiniciada - ( Fachada do espaço)
Duelo de B-girls no Espaço Cultural Renato Russo 508 Sul em 2011
A atriz Jéssica Cardoso dentro do Espaço Cultural Renato Russo, onde
iniciou seus estudos
Adriana Lodi foi professora de teatro por anos no local
Em maio
de 2015, modelos posaram nus em frente ao espaço em protesto aos aparelhos
culturais públicos fechados na cidade
Conhecido como um dos pontos de cultura mais
importantes do Distrito Federal, o Espaço Cultural Renato Russo abrigou,
durante anos, aulas de teatro, desenho, música, exposições e apresentações dos
mais diversos gêneros. Localizado na 508 Sul, o centro cultural se tornou ponto
de encontro e reflexão de artistas da cidade, que utilizavam as amplas salas de
seu interior para criar espetáculos que percorreram diversos cantos da cidade.
Entre as instalações estavam salas de teatro, uma sala multiuso, uma de cinema,
um galpão para oficinas, uma biblioteca, um mezanino e um espaço para
laboratório. Diversos atores, músicos e ilustradores brasilienses iniciaram
seus estudos e treinamentos naquele local, que, desde 1993, leva o nome de um
dos grandes artistas da música brasileira.
Mesmo com as portas fechadas, o espaço tomou as redes sociais com a polêmica sobre a possível troca de nome, em vez de Espaço Renato Russo, o local pode voltar a se chamar Teatro Galpão. Ainda é uma especulação, mas fãs do líder da banda Legião Urbana, morto há 20 anos, já começam a se movimentar para evitar a mudança. O espaço existe desde a década de 1970 e, em 13 de setembro de 1993, recebeu o nome de Renato Russo. Ainda não há pronunciamento oficial quanto a continuidade ou mudança no nome do local. Renato Russo frequentou o espaço durante a adolescência e utilizava os galpões da 508 Sul para cantar com o Aborto elétrico.
O local era inspirador durante seus tempos de funcionamento pleno e os eventos que aconteciam nos galpões lotavam o espaço, a ponto de a administração instalar telões na W3 Sul, para contemplar aqueles que não puderam entrar devido ao limite de público. Com espaço interno amplo e movimentado, frequentado por jovens e artistas ao longo dos dias, o ponto de encontro de arte tornou-se um lugar convidativo para quem queria ver (e fazer) a cultura florescer na cidade.
Memória afetiva
Com lugar cativo no imaginário de muitos artistas brasilienses, o Espaço Cultural Renato Russo foi o ponto de partida para que a atriz Jéssica Cardoso se decidisse pela profissão. A atriz deu seus primeiros passos no teatro em uma oficina intensiva do local e, em seguida, matriculou-se nos cursos de uma das maiores atrizes de Brasília, Adriana Lodi. Os cursos faziam parte de um programa de oficinas gratuitas do Renato Russo, que colocavam jovens de diversas idades em contato com a arte, seja para estudo, carreira, aprendizado ou formação de novos públicos. “Comecei naquela turma em 8 de março de 2010 e foi quando o mundo do teatro se abriu para mim. Foi um tempo muito importante de estudos e ali desenvolvi novas questões, indagações e método de trabalho, foi um grande abrir de portas”, conta a atriz.
Jéssica declara que, no centro de cultura da 508, teve contato com o teatro como trabalho, campo de pesquisa e disciplina e de que maneira as influências e padrões sociais poderiam influenciar a instigar a sua criação como artista. “Todos temos potências criativas e lá eu aprendi a canalizar isso para a minha criação. O espaço era incrível, as aulas eram na sala multiuso, que tem um jardim ao fundo e vários espelhos. Eu me sentia em casa, sou muito grata a tudo que aprendi ali”, afirma. Com suas oficinas gratuitas e as possibilidades de aprendizado, o espaço cultural da W3 se tornou um ponto de formação e troca entre a comunidade. Nas portas de entrada, murais compunham a decoração com uma ampla variedade de artistas e eventos culturais na cidade, que puderam orientar muitos jovens em suas pesquisas. “Eu era uma rata da programação cultural da cidade e ali eu encontrava um mundo de opções. Saí do meu curso com a Adriana Lodi, que acontecia durante toda a manhã e buscava oficinas, palestras e espetáculos naqueles murais.”, conta a atriz.
Reestruturação
O prédio, localizado na movimentada W3 Sul, está interditado e entregue às moscas desde 2013, por falta de segurança, e as portas daquele que era um dos mais movimentados pontos de cultura da cidade continuam fechadas ao público. Na próxima terça-feira, as obras de reforma no Renato Russo serão iniciadas. O secretário de Cultura, Guilherme Reis, afirma que a previsão de entrega é para junho de 2017.
A ideia é que o espaço de cultura possa atender às necessidades de acessibilidade, tratamento termoacústico no teto, ar-condicionado e reforma dos sistemas de eletricidade e hidráulica. “Nunca é demais lembrar que a situação atual dos equipamentos culturais reflete um progressivo e constante abandono que se arrasta e se aprofunda há décadas. Pouquíssimos deles contaram com manutenção preventiva e com os cuidados mínimos para que não se degradassem ao longo de todo esse tempo”, afirma o secretário.
Mesmo com as portas fechadas, o espaço tomou as redes sociais com a polêmica sobre a possível troca de nome, em vez de Espaço Renato Russo, o local pode voltar a se chamar Teatro Galpão. Ainda é uma especulação, mas fãs do líder da banda Legião Urbana, morto há 20 anos, já começam a se movimentar para evitar a mudança. O espaço existe desde a década de 1970 e, em 13 de setembro de 1993, recebeu o nome de Renato Russo. Ainda não há pronunciamento oficial quanto a continuidade ou mudança no nome do local. Renato Russo frequentou o espaço durante a adolescência e utilizava os galpões da 508 Sul para cantar com o Aborto elétrico.
O local era inspirador durante seus tempos de funcionamento pleno e os eventos que aconteciam nos galpões lotavam o espaço, a ponto de a administração instalar telões na W3 Sul, para contemplar aqueles que não puderam entrar devido ao limite de público. Com espaço interno amplo e movimentado, frequentado por jovens e artistas ao longo dos dias, o ponto de encontro de arte tornou-se um lugar convidativo para quem queria ver (e fazer) a cultura florescer na cidade.
Memória afetiva
Com lugar cativo no imaginário de muitos artistas brasilienses, o Espaço Cultural Renato Russo foi o ponto de partida para que a atriz Jéssica Cardoso se decidisse pela profissão. A atriz deu seus primeiros passos no teatro em uma oficina intensiva do local e, em seguida, matriculou-se nos cursos de uma das maiores atrizes de Brasília, Adriana Lodi. Os cursos faziam parte de um programa de oficinas gratuitas do Renato Russo, que colocavam jovens de diversas idades em contato com a arte, seja para estudo, carreira, aprendizado ou formação de novos públicos. “Comecei naquela turma em 8 de março de 2010 e foi quando o mundo do teatro se abriu para mim. Foi um tempo muito importante de estudos e ali desenvolvi novas questões, indagações e método de trabalho, foi um grande abrir de portas”, conta a atriz.
Jéssica declara que, no centro de cultura da 508, teve contato com o teatro como trabalho, campo de pesquisa e disciplina e de que maneira as influências e padrões sociais poderiam influenciar a instigar a sua criação como artista. “Todos temos potências criativas e lá eu aprendi a canalizar isso para a minha criação. O espaço era incrível, as aulas eram na sala multiuso, que tem um jardim ao fundo e vários espelhos. Eu me sentia em casa, sou muito grata a tudo que aprendi ali”, afirma. Com suas oficinas gratuitas e as possibilidades de aprendizado, o espaço cultural da W3 se tornou um ponto de formação e troca entre a comunidade. Nas portas de entrada, murais compunham a decoração com uma ampla variedade de artistas e eventos culturais na cidade, que puderam orientar muitos jovens em suas pesquisas. “Eu era uma rata da programação cultural da cidade e ali eu encontrava um mundo de opções. Saí do meu curso com a Adriana Lodi, que acontecia durante toda a manhã e buscava oficinas, palestras e espetáculos naqueles murais.”, conta a atriz.
Reestruturação
O prédio, localizado na movimentada W3 Sul, está interditado e entregue às moscas desde 2013, por falta de segurança, e as portas daquele que era um dos mais movimentados pontos de cultura da cidade continuam fechadas ao público. Na próxima terça-feira, as obras de reforma no Renato Russo serão iniciadas. O secretário de Cultura, Guilherme Reis, afirma que a previsão de entrega é para junho de 2017.
A ideia é que o espaço de cultura possa atender às necessidades de acessibilidade, tratamento termoacústico no teto, ar-condicionado e reforma dos sistemas de eletricidade e hidráulica. “Nunca é demais lembrar que a situação atual dos equipamentos culturais reflete um progressivo e constante abandono que se arrasta e se aprofunda há décadas. Pouquíssimos deles contaram com manutenção preventiva e com os cuidados mínimos para que não se degradassem ao longo de todo esse tempo”, afirma o secretário.
Entre os problemas que causaram a interdição do espaço estavam rachaduras pelo prédio, fiações expostas, portas danificadas e falta de acessibilidade. O descaso com o edifício durante anos reforçava a falta de investimento nos equipamentos culturais da Brasília e, enquanto isso, a população cobra resultados e a classe artística trata de inventar outros espaços para movimentar a cultura na capital.
"Guilherme Reis espera entregar as obras de reforma com os espaços cênicos totalmente equipados com sistemas de luz, som e projeção, prontos para movimentar e expandir a rica cena teatral do DF."
Linha do tempo:
1973
É aberta a primeira exposição no Bloco A da 508
1977
O Centro de Criatividade é implementado no local, com os teatros Galpão e Galpãozinho, além das galerias e um centro cultural
1993
O Espaço Cultural Renato Russo é inaugurado em 13 de setembro, dando início a todas as atividades culturais que funcionaram por anos no local
2001
A musicoteca foi oficialmente implantada 2003. O Espaço Cultural Renato Russo é interditado
2016
As reformas são iniciadas
2017
Previsão de entrega do Espaço Cultural reformado em junho
Fonte: Isabella de Andrade - Especial
para o Correio Braziliense - Fotos: Bruno Peres/CB/D.A.Press - Carlos
Moura/CB/D.A.Press - Marcelo Ferreira/CB/D.A.Press - Ed Alves/CB/D.A.Press
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Já passou da hora dos espaços culturais serem reativados.
ResponderExcluirO nome do fotógrafo que fez a foto com os modelos chama-se Sérgio Vincent.
ResponderExcluirTomara que concluam logo, faz muita falta pra cidade, além do centro tem a biblioteca nacional e o grande Teatro Nacional...