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Câmara Legislativa: um oásis na aridez do cerrado

Somados os servidores efetivos, os inativos, os pensionistas e os cargos em comissão, a Câmara Legislativa tem hoje um quadro de pessoal de 2.060 servidores, apenas para servir de suporte ao trabalho de 24 deputados distritais. Trata-se de um exército que consumirá, neste ano, se forem computadas as emendas parlamentares, R$ 525 milhões, ou muito mais do que o orçamento anual da maioria dos municípios brasileiros.

Em meio à crise econômica sem precedentes que aflige milhões de brasilienses, a Câmara Legislativa é um oásis na aridez do cerrado. Toda a montanha de dinheiro, literalmente mal utilizada e desperdiçada, foi torrada em 2016, como já é corrente, desde sua criação em 1990, para a realização de 131 sessões solenes contra 97 reuniões em plenário, nas quais, ao lado da feitura de leis inconstitucionais e debates áridos, foram cometidos todos os tipos de bate-bocas, com troca de acusações e ameaças veladas, além da habitual lavagem de roupa sujíssima, que não acrescentaram um grão de areia para aliviar o sofrimento dos brasilienses.

Ao longo do ano,  foram realizadas ainda importantes comemorações pelo Dia do Blogueiro, do Pastor, do Tai chi Chuan, do aniversário das dezenas de administrações regionais, homenagens aos quiosqueiros, corretores de seguro, síndicos e entrega do título de Cidadão Honorário, como o conferido à ex-presidente Dilma Rousseff, sem dúvida, uma militante de primeira hora em defesa das causas de Brasília, de onde tomou distância segura, depois do processo de impeachment.

Para todas as comemorações sem fim, o rega-bofe variado fica por conta do contribuinte. Envolvida até o último botão da gola em escândalos cabeludos, a Câmara Legislativa não conta com a simpatia da população e, para tentar driblar a realidade, não poupa dinheiro dos pagadores de impostos para dar um verniz na imagem. Somente com propaganda institucional, distribuída em outdoors, ônibus, totens, táxis, jornais, pontos de ônibus, rádio, televisão e outras mídias, a Câmara local queimou aproximadamente R$ 26 milhões do dinheiro suado da população.

Somados aos R$ 25,5 mil de salários, cada deputado tem a sua disposição mais R$ 25 mil de verba indenizatória, que são gastos, na sua maioria, para a divulgação do próprio mandato, numa espécie de campanha antecipada para novas legislaturas, bancada, obviamente, com os recursos dos próprios eleitores.

Wasny (PT), com essa rubrica, incinerou R$ 248 mil, seguido de Delmasso (PTN), R$ 245,7 e Vigilante (PT), R$ 230 mil. São despesas contabilizadas como gastos a ser indenizados, contra a apresentação de nota fiscal de despesa. Fossem auditadas sob a lupa das autoridades policiais isentas, a maioria dessas despesas ressarcidas, dificilmente poderiam ser justificadas à luz da lei, da moral administrativa e mesmo perante a realidade de penúria da sociedade da Capital.

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A frase que não foi pronunciada
“Infelizmente, a lei nem sempre se mantém dentro de seus limites próprios.”
(Claude Frédéric Bastiat, economista e jornalista francês. (1801-1850)

Silêncio já!
» Lá está, na curva da floresta. Vila Giardini, Ecoparque. Trata-se do maior embuste em razão social. De ecológico não tem nada. O barulho ensurdecedor de festas é um verdadeiro atentado à urbanidade. A altura do som do lugar é contínua, apesar de todas as reclamações já registradas. Moradores ao redor do local são obrigados a ter a saúde atacada sem o menor amparo do Ibram, PM ou mesmo Agefiz.

Povo brincalhão
» Para desespero dos fãs de Honestino e Costa e Silva, a ponte para o Lago Sul está sendo chamada de ponte Honestino da Costa e Silva Guimarães.

Multas
» É nessa ponte que o Detran inaugura a volta das barreiras eletrônicas, depois de renovado o contrato que estava há meses parado.



Por Circe Cunha – Coluna “Visto, lido e ouvido” – Ari Cunha – Correio Braziliense – Foto/Ilustração: Blog - Google

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