Em 2017, não faltarão problemas de toda ordem para
o GDF administrar. A maioria das adversidades é composta por questões antigas e
graves que necessitarão de soluções urgentes, bem equacionadas, para que
resolvam, de fato e de modo definitivo, as muitas mazelas vividas pela capital.
Este será ano decisivo tanto para o bem de Brasília quanto para o futuro
político de Rollemberg: 2018 será ano de eleições, em que as atenções dos
políticos, de modo geral, estarão fixadas nos eleitores e nas campanhas, cada
vez mais caras e menos financiadas pelos habituais apoiadores. Portanto, tudo o
que tiver de se consertar e executar deverá ser feito este ano.
Com 812 mil votos em 2014, Rollemberg se tornou o governador do Distrito
Federal, herdando, além do cargo pomposo, uma das maiores heranças malditas que
um político pode receber do antecessor. Tivesse ele noção exata do que viria
pela frente, talvez tivesse resistido às tentações do ego e recuado a tempo,
optando por missões bem menos espinhentas, como o Congresso, que ele conhece
bem. Agora que entrou no barco furado do Buriti, em meio a um oceano
turbulento, não dá mais para largar o leme e tem de seguir em frente, mesmo com
a expectativa de naufrágio.
Tendo de enfrentar uma Câmara Legislativa nitidamente fisiológica e cada
vez mais hostil ao Executivo, o GDF sabe que, com cofres esvaziados por
incúrias e crimes do passado, não terá como recompor os salários de um quadro
de servidores inchado, desprestigiado e, portanto, presa fácil dos sindicatos
órfãos.
No penúltimo ano de governo, também a população já teve tempo de
constatar o caos absoluto que tomou conta do sistema de saúde pública de
Brasília. Nesta altura dos acontecimentos, os brasilienses puderam perceber que
o melhor que se pode fazer para evitar a violência é ficar trancado quietinho
dentro de casa, rezando para que nenhum bandido venha invadi-la.
Com a alta nos índices de desemprego, com a iminência do colapso no
abastecimento de água e a certeza de que o falido governo federal nada pode
fazer para socorrer Brasília, a cidade assiste hoje à maior crise política,
administrativa, econômica e social de toda sua curta história. Com a situação
nesse crescendo de gravidade, quem sabe nas próximas eleições os brasilienses
não elejam um candidato do tipo milagreiro, como fez a antiga e hoje decadente
capital do Brasil, Rio de Janeiro, que elegeu não um padre, mas um bispo.
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A frase que foi pronunciada
“Meu coração balança um samba de tamborim movido a gaita de fole, que
canta por mais uma mudança daquelas de encher a alma de fé, como foram outras
várias que este país me proporcionou e nos proporciona a viver.” - (Do
escocês Barry Wolf, advogado internacional criminologista e sócio-fundador da
Wolf Associates Anti-Corruption Advisers)
Do Bem
»O professor Nagib Nassar conseguiu desenvolver a mandioca quimera
UnB703. Vinte quilos por planta. Duas coisas importam ao mestre: levar a
instituição UnB para o mundo e acabar com a fome.
Fica a dica
»Fernando, nosso leitor, explica em carta enviada
para quem viu Brasília nascer e, por isso, entenderia melhor a ideia. Muito
menos gasto com placas de metal destruídas por tiros, pichações ou mesmo
roubadas, as placas de concreto coloridas com as mesmas cores que as
antigas funcionam muito melhor e permanecem preservadas por mais tempo.
Por Circe Cunha – Coluna “Visto, lido e ouvido –
Ari Cunha – Correio Braziliense – Foto: Andréa Feijó - Ilustração: Blog -
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