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Estádio humilha nome de Mané Garrincha

Estádio humilha nome de Mané Garrincha

*Por Circe Cunha

De Garrincha, a alegria do povo e o anjo das pernas tortas, as novas gerações nada conhecem. Considerado, ao lado de Pelé, como o maior jogador de futebol de todos os tempos, Garrincha é unanimidade na avaliação de muita gente que entende do assunto, aqui e em boa parte do mundo. Graças ao seu talento natural no domínio da bola, ele elevou o esporte à categoria de arte. Com uma série de dribles desconcertantes que acabavam por humilhar seus adversários, Garrincha foi o maior ponta-direita que o Botafogo e a Seleção Brasileira tiveram.

Para os apreciadores do ludopédio, quando Garrincha entrava em campo, todos os outros jogos do campeonato daquele ano perdiam a importância. Esse tempo de alegria e improvisação ficou para trás, perdido na memória. A modernidade transformou os clubes em empresas altamente lucrativas e, hoje, o futebol é um negócio milionário de tal monta que os cartolas acabam sendo mais importantes do que os próprios jogadores, comprados e vendidos a peso de ouro. No futebol moderno, tudo é absolutamente um negócio, pouco importando elementos como arte e alegria.

Com a vinda da Copa do Mundo de Futebol para o Brasil, em situações ainda muito nebulosas, ficou demonstrado, na prática e em campo (7x1), que a antiga alegria do povo era apenas coisa do passado. Não foi preciso a derrota vergonhosa da Seleção para o povão desconfiar que todo aquele campeonato, em que as autoridades da Fifa ameaçavam chutar o traseiro do governo brasileiro, era apenas um pano de cena que escondia mil maracutaias, aqui e na Suíça, sede da Fifa.

Banidos do futebol pela Justiça daquele país, os dirigentes da Fifa ainda aguardam os desdobramentos das investigações e as expectativas são de que as punições sejam ainda mais severas. No Brasil, ficaram, além das armações habituais da cartolagem, os imensos elefantes brancos na forma de estádios de futebol, gerando prejuízos diariamente e dívidas milionárias, debitadas, obviamente, na conta dos pobres contribuintes. Brasília, por sua importância como capital do país e por sua desimportância como sede de clubes de futebol, construiu o quarto estádio mais caro do mundo para receber algumas partidas de futebol dos jogos da Copa do Mundo.

Cumprida essa fase curtíssima, eis que as autoridades finalmente descobrem que o novo e pomposo estádio, erguido a preço exorbitante, não tem serventia para nada, além de enfeiar a região. Tentaram de tudo para viabilizar financeiramente o monstrengo, transformando-o em arena multiuso, mas, ainda assim, o paquiderme não movendo do lugar.

Com a prisão agora dos principais personagens envolvidos nesse tremendo conto do vigário, a polícia e o Ministério Público fizeram um favor à população do Distrito Federal , retirando, pelo menos por enquanto, os nomes desses políticos das próximas as disputas eleitorais na capital.   Falta ainda o devido ressarcimento aos cofres públicos e um pedido de desculpas, pós-mortem, ao grande Mané Garrincha, cujo nome foi parar num estádio que está muito longe de ser a alegria do povo.

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A frase que foi pronunciada
“Para conhecermos os amigos é necessário passar pelo sucesso e pela desgraça. No sucesso, verificamos a quantidade e, na desgraça, a qualidade.
(Confúcio)

Segurança
Aumenta a incidência de objetos furtados dentro de automóveis. No Centro Olímpico da UnB, não há policiamento e o cidadão é só mais um número nas estatísticas.


(*) Circe Cunha – Coluna “Visto, lido e ouvido” – Ari Cunha – Correio Braziliense – Foto/Ilustração: Blog - Google


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