No dia 11 de setembro de 1973, Ana Lídia Braga, de 7 anos de idade,
desapareceu logo após ser deixada pelos pais no colégio Madre Carmen
Salles, onde estudava. A polícia foi acionada e, à noite, o delegado
responsável pelo caso recebeu um telefonema anônimo pedindo um resgate de 2
milhões de Cruzeiros pela menina. No dia seguinte, o corpo de Ana Lídia foi
encontrado em uma cova rasa perto do Centro Olímpico da UnB. Ela havia sido
torturada, morta e estuprada, nessa ordem.
Os
principais suspeitos eram Álvaro Henrique Braga, irmão da menina,
e Raimundo Lacerda Duque, que trabalhava com a mãe de Ana Lídia. Álvaro
teria vendido a irmã para pagar uma dívida a Raimundo, que era um dos maiores
traficantes de drogas da capital. Segundo a polícia, também estavam envolvidos
no crime Alfredo Buzaid Júnior (o Buzaidinho), filho do ministro da
Justiça Alfredo Buzaid, e Eduardo Henrique Rezende(o Rezendinho), filho do
senador Eduardo Rezende.
Após uma
investigação falha, onde várias provas se perderam ou não foram utilizadas,
ninguém foi preso. O crime prescreveu em 1993 e permanece como um dos mais
misteriosos da cidade até hoje. E o que aconteceu com os
acusados? Buzaidinho morreu em 1975, aos 19 anos, em um acidente de
carro. Rezendinho se suicidou em 1990, aos 40 anos. Duque morreu em
2005, aos 62 anos, por complicações devido ao alcoolismo. Já Álvaro Henrique,
o irmão da vítima, é médico angiologista no Rio de Janeiro.
Ana Lídia
está enterrada no Cemitério Campo da Esperança e, atualmente, seu
túmulo é o mais visitado do lugar. Muita gente acredita que a menina é santa e
faz milagres.
Por João
Carlos Amador – criador do projeto Histórias de Brasília