Marcelo Miller
Algoz de Bandarra
no centro da crise com delação da JBS - No centro da crise que pode levar à cassação dos
benefícios da delação premiada concedida aos irmãos Batista, donos da JBS, o
advogado Marcelo Miller foi o algoz dos promotores de Justiça Leonardo Bandarra
e Deborah Guerner, em 2011.
Leonardo Bandarra
O ex-procurador da República presidiu a comissão
disciplinar que investigou as denúncias contra os dois integrantes do
Ministério Público do DF envolvidos no escândalo da Operação Caixa de Pandora.
O relatório final recomendou a demissão de Bandarra e de Guerner. Sobre o
ex-procurador-geral de Justiça do DF pesaram principalmente as acusações de
usar o cargo para extorquir o ex-governador José Roberto Arruda e de vazar
informações sigilosas a Durval Barbosa. Nomeado pelo então procurador-geral da
República, Roberto Gurgel, para a tarefa, Miller conduziu os depoimentos que
levaram a condenação à pena máxima, aprovada no plenário do Conselho
Nacional do Ministério Público (CNMP). Foi o primeiro grande escândalo
envolvendo um integrante do Ministério Público.
Pedido de demissão
e investigação
Em nota divulgada nesta semana, o ex-procurador
Marcelo Miller, que pediu demissão do cargo para advogar em escritório que
atendia o grupo JBS, negou ter cometido qualquer crime. Miller deixou o cargo
em abril depois de pelo menos 14 anos no serviço público. Em 2003, ele passou
no concurso para promotor de Justiça do DF. Depois virou diplomata e, em
seguida, procurador da República. Agora, tornou-se alvo de uma investigação
requerida pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por supostamente
interceder em favor do grupo JBS.
Propaganda da
segurança pública
No desfile do Sete de Setembro, o governador
Rodrigo Rollemberg (PSB) vendeu o peixe da segurança pública ao presidente
Michel Temer. Na conversa na tribuna de honra, enquanto policiais militares
desfilavam, Rollemberg apresentou dados que, segundo ele, indicam queda na
criminalidade do DF. Segundo a assessoria do governador, Temer ficou muito
impressionado.
Efeito Lava-Jato
Mas as famílias que saíram de casa para assistir ao
desfile cívico curtiram mesmo foi a participação da Polícia Federal, com
veículos blindados.
Os policiais foram ovacionados e retribuíram com
acenos. Pelo segundo ano consecutivo, foram os mais aplaudidos. Ganharam em
popularidade até da Esquadrilha da Fumaça.
Por Ana Maria Campos – Fotos: Ed Alves/CB/D.A.Press
– Edilson Rodrigues/CB/D.A.Press - Correio Braziliense