Deputado distrital Reginaldo Veras (PDT)
O governador Rodrigo Rollemberg pretende exonerar
os servidores que você indicou na Secretaria de Educação como retaliação por
sua posição contrária ao projeto que muda a Previdência. Pretende mudar o voto?
Há três coordenadores regionais de ensino ligados
politicamente a mim: todos servidores de carreira e que foram escolhidos a
partir de uma lista quíntupla. Os cargos do Executivo são de livre provimento
do governador, que tem o poder discricionário de nomear e exonerar. Já o voto é
meu. E o exerço segundo meus princípios, coerência histórica e de acordo com o
que julgo ser melhor para a sociedade. Na CCJ, votei contra as alterações na
Previdência e no plenário ratificarei o voto contrário.
O que acha dessa atitude?
Atitude pouco republicana. E só consolida a prática
do “toma lá da cá”, típica da velha política que todos condenamos.
Técnicos do governo e o chefe da Casa Civil, Sergio
Sampaio, dizem que esse é o projeto mais importante da gestão de Rollemberg.
Não seria a hora de os aliados ajudarem?
Ajudaria se concordasse com o projeto. O que for
bom para a sociedade terá meu apoio. O que julgar ruim votarei sempre contra.
Tem sido essa minha prática desde o início do mandato.
Por que você vota contra?
O PLC está sendo votado de forma intempestiva, a
união dos fundos previdenciários não dá garantias para a aposentadoria dos
servidores que ingressaram a partir de 2007. O recurso da Previdência é uma
“poupança” do servidor, e não do governo.
Esse momento, com o seu voto e o de Joe Vale
contra, e também o de Israel Batista (PV), seria um rompimento com o governo
Rollemberg?
O conceito de base e oposicão governista está
ultrapassado. O PDT compôs a aliança original que elegeu o governador, o que
explica a participação no governo. Não entendo como rompimento, pois eu e Joe
sempre votamos de forma independente.
O PDT estará com Rollemberg em 2018?
Isso depende de quatro variáveis: a reforma
política; as alianças nacionais para a disputa presidencial – há grande chance
de PDT e PSB estarem em lados diferentes e isto terá reflexo nas alianças
locais; quem será o candidato da direita ou do campo conservador; e a
capacidade de o governador recuperar sua popularidade e ter viabilidade
eleitoral.
Por Ana
Maria Campos – Foto: Minervino Junior/CB/D.A.Press – Correio Braziliense