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À QUEIMA-ROUPA: Thiago Jarjour, secretário-adjunto de Trabalho “Vou deixar o PDT na semana que vem”

Thiago Jarjour, secretário-adjunto de Trabalho
 “Vou deixar o PDT na semana que vem

Depois do rompimento entre o PDT e o governo, você fica no partido ou no Executivo?
Vou deixar o PDT na semana que vem. Recebi convite do governador para ficar no governo e, tentando manter a coerência do meu discurso, já que tenho entregas para fazer e compromisso com a cidade, aceitei o convite dele. Estou na secretaria desde o início do governo, fiquei oito meses como subsecretário e depois assumi o comando da pasta, e hoje tenho o reconhecimento dos servidores de carreira, não quero ver isso jogado fora. Isso pesou na minha escolha, para que não houvesse uma ruptura de gestão.

O que está por trás desse rompimento? Divergências sobre a gestão ou planos do PDT para 2018?
O PDT não se manifestou publicamente nem na nossa reunião da Executiva sobre um projeto sólido e factível para 2018. Está tudo ainda na conjectura. Houve divergências e também a questão do Iprev, quando o deputado Reginaldo Veras se colocou muito firmemente contra o governador e ele exonerou seus cargos. Isso aumentou o clima de tensão e culminou com o rompimento.

O deputado Joe Valle será candidato ao governo?
Gosto muito da coerência do Joe e ele tem sido um bom mentor para mim, com relação às boas práticas da política. O Joe sempre falou que política tem fila e eu acho que ele entende isso. Ele entende que não é o momento de ele ser o governador. Querendo ou não, o Rollemberg tem uma máquina na mão, conseguiu unificar os fundos da Previdência, a situação dele vai melhorar e o governo dele vai crescer. A situação vai melhorar. E o Joe diz que, para ele, o plano A é ser candidato a deputado federal, o plano B, concorrer ao Senado e o plano C é ser governador. Na Executiva do PDT, o Joe foi duramente pressionado, as pessoas queriam saber se ele seria candidato ao governo, mas ele saiu pela tangente. Então, acredito que ele vai tentar construir uma solução pacífica, em que ele não esteja em confronto com o governador Rollemberg.

Que avaliação você faz da gestão do governador Rollemberg?
Eu tenho orgulho de fazer parte de um governo honesto e que está tentando colocar Brasília nos trilhos de novo, no rumo certo, depois de pegar um cenário de terra arrasada. Meu receio é o governador arrumar a casa e, dependendo do grupo que vier, desarrumar completamente de novo. Eu faço parte de um governo que pensa diferente a cidade, uma primeira geração de Brasília no poder. Infelizmente, a maior parte das boas coisas não consegue ser vendida à população, mas é um governo sério que vai trazer dignidade para os brasilienses.

Já fechou com algum partido?
Meu acordo com o governador é de que eu me desligarei do PDT na semana que vem e vou ficar no governo, mas ficarei sem partido. Não houve nenhum condicionamento de eu ir para algum partido, tenho até o fim de março para escolher e vou fazer essa construção com bastante calma. Tenho conversado com alguns partidos, mas não tenho pressa, vou escolher o que melhor se adequar às minhas ideologias e trouxer o melhor projeto para a cidade.

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O risco da atuação de deputados na Luos
O debate sobre a Lei de Uso e Ocupação do Solo deve mobilizar o fim do ano na Câmara Legislativa, mas integrantes do Ministério Público estarão de olho na atuação dos deputados distritais. A ideia é não repetir erros históricos, que causaram grandes prejuízos às políticas urbanas da cidade. Em 2008, o Plano Diretor de Ordenamento Territorial aprovado pelos parlamentares do DF foi alvo de uma ação direta de inconstitucionalidade do MP e a Justiça derrubou 60 dispositivos da lei, a maioria por vício de iniciativa.

Vício de origem
O consenso no Judiciário é de que qualquer proposta que trate sobre o uso de terras, como é o caso do Pdot e da Luos, deve ser obrigatoriamente elaborada pelo poder Executivo. O GDF preparou o texto do Plano Diretor, mas o que foi aprovado pela Câmara Legislativa na época foi um substitutivo dos deputados distritais. A revisão do Pdot só saiu do papel quatro anos depois, em 2012. Nesse meio tempo, o normativo legal da cidade ficou com uma série de pendências que inviabilizaram regularizações e a criação de setores habitacionais.

Mandou bem 
Uma equipe do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal foi convidada para formar bombeiros da Colômbia em técnicas de resgate e salvamento. Os colombianos terão noções de emergência médica, retirada de pessoas de ferragens, sobrevivência e acampamento em mata fechada.

Mandou mal 
Grileiros foram presos durante a Operação Dinossauro, deflagrada pela Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente. Eles pediram autorização para explorar um sítio arqueológico, mas aproveitaram para criar um condomínio ilegal com mais de 700 lotes no Setor Jardim Botânico.


Ana Maria Campos – Coluna “Eixo Capital” – Fotos: Breno Fortes/CB/D.A.Press - Daniel Ferreira/ Metrópoles – Fonte: Correio Braziliense

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