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#CLIMA » Recorde de calor e mais racionamento

No Plano Piloto, o calor atingiu 34,1°C: temperatura pode até ultrapassar os 36°C no fim de semana, segundo Inmet

*Por Lucas Vidigal

Com os termômetros marcando 35°C no Gama, o Distrito Federal registrou ontem a maior temperatura do ano. Devido ao baixo volume da vazão de córregos que abastecem as regiões Norte e Sul do DF, seis localidades terão corte de água sem aviso prévio

O brasiliense passou sufoco na sexta-feira, 13. Os termômetros do Gama marcaram 35°C na tarde de ontem, recorde do ano no Distrito Federal. No Plano Piloto, as máximas bateram os 34,1°C. Como se não bastasse o calorão, a seca atingiu patamares críticos, com umidade relativa do ar em 12%. Para piorar, o nível do reservatório do Descoberto atingiu mais uma mínima histórica: 12,8% da capacidade. Diante desse cenário, a Companhia de Abastecimento Ambiental (Caesb) fará mais cortes no fornecimento de água, além do previsto no rodízio, em seis regiões administrativas.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) não prevê chuvas antes da sexta-feira. Até lá, o tempo deve se manter muito quente e seco. A temperatura pode até ultrapassar os 36,4°C, marca registrada em 2015 que, até hoje, é o recorde absoluto de calor no DF. A umidade do ar também vai continuar atingindo índices abaixo dos 20%, algo incomum na primavera candanga.

Por causa do tempo extremo, a Subsecretaria de Proteção e Defesa Civil declarou estado de emergência pela segunda vez em 2017. O Inmet também emitiu alerta para baixíssima umidade e onda de calor sobre o DF e oito outros estados nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste.

A meteorologista Maria das Dores Azevedo, do Inmet, atribui o fenômeno, que já dura uma semana, a uma massa de ar seco estacionada sobre a parte central do Brasil. “Como estamos longe do litoral, a água que evapora aqui não é suficiente para causar chuvas”, explica. Para o retorno dos temporais, comenta a especialista, o DF deverá aguardar alguma frente fria que venha de outras regiões.

Com tempo seco e temperaturas acima dos 30°C, os incêndios se alastraram pelas áreas verdes da capital. De acordo com o Corpo de Bombeiros, ontem, houve grandes queimadas na Fercal e em Brazlândia. A corporação também registrou focos menores próximo ao Setor Noroeste e em Planaltina.

Como se não bastasse o racionamento que se tornou parte da rotina do brasiliense, moradores de quatro regiões administrativas estão podem ficar sem água, sem aviso prévio. Ontem, a Caesb anunciou que cortes sucessivos devem ocorrer em Brazlândia, Planaltina, Mestre d’Armas, Vale do Amanhecer e Sobradinho I e II.

De acordo com a estatal, a causa está no baixíssimo volume da vazão de córregos que abastecem as regiões Norte e Sul do Distrito Federal. Como há pouca água, a captação pelos tubos da Caesb ficaram prejudicados. A empresa ainda não prevê normalização.

Além do sistema Descoberto, que fechou a sexta-feira com 12,8% da capacidade, o reservatório de Santa Maria atingiu apenas 26,8%, nível mais baixo registrado. O GDF espera alguma melhora em novembro, mas, até lá, a seca prolongada deve piorar os níveis de água.

Por isso, a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico (Adasa) não descarta ampliar o racionamento ainda neste mês. Há ainda a possibilidade de que a empresa capte água também de reservatórios de propriedades rurais do DF, caso a tendência de piora se mantenha.

Previna-se - Confira as medidas recomendadas pela Defesa Civil do DF para amenizar os efeitos do calor e da seca:

*Escolas devem suspender atividades físicas, mesmo que ocorram em locais fechados;
*Aumentar a ingestão diária de líquidos, ao menos seis copos de água de tamanho médio por dia;
*Pingar duas gotas de soro fisiológico em cada narina, ao menos seis vezes ao dia;
*Evitar o uso de ar-condicionado, pois ele retira ainda mais a umidade do ambiente;
*Usar roupas confortáveis, leves e claras e, se possível, de algodão;
*Fazer refeições leves, incluindo frutas e verduras na dieta;
*Suspender exercícios físicos e outras atividades de grande esforço entre 10h e 17h;
*Usar protetor solar, creme hidratante ou óleo vegetal para evitar ressecamento da pele;
*Levar um guarda-chuva ou sombrinha quando andar sob o sol nas horas mais quentes;
*Sempre que possível, permanecer em locais protegidos do sol ou em áreas arborizadas;
*Suspender aglomerações de pessoas em ambientes fechados entre as 10h e as 17h;
*Manter um umidificador ligado ou colocar uma toalha molhada nos quartos durante o dia;
*Redobrar o cuidado com idosos e crianças, que mais sofrem com os efeitos da estiagem. 


(*) Lucas Vidigal -  Fotos: Marcelo Ferreira/CB/D.A.Press – Correio Braziliense

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