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Governo procura parceiro na iniciativa privada para reformar Teatro Nacional

Edital de chamamento público para captação de recursos para a reforma do Teatro Nacional Claudio Santoro foi assinado nesta quinta-feira (19). Foto: Toninho Tavares/Agência Brasília

Edital de chamamento público lançado nesta quinta-feira (19) busca entidades especializadas em restauração de patrimônio cultural. Entrega do espaço será parcelada, e o primeiro passo é a Sala Martins Pena

O governo de Brasília procura parceria com a sociedade civil para captar recursos destinados à reforma do Teatro Nacional Claudio Santoro. Em cerimônia nesta quinta (19), no foyer da Sala Villa-Lobos, o governador Rodrigo Rollemberg e o secretário de Cultura, Guilherme Reis, assinaram simbolicamente o edital de chamamento público, que deverá ser publicado no Diário Oficial do DF nesta sexta (20).

Rollemberg lembrou que, quando assumiu na crise, encontrou os espaços culturais abandonados. “Estamos recuperando um a um, construindo novos e fortalecendo a cultura”, disse o chefe do Executivo.
Também participaram da assinatura simbólica o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, e a colaboradora do governo do DF Márcia Rollemberg.
Entre as obras culturais em andamento, o governador citou o Centro de Dança do DF e o Complexo Cultural de Samambaia, ambos em fase de conclusão, além do Espaço Cultural Renato Russo, que deve ser entregue em 2018.
No caso do Teatro Nacional, as obras serão parceladas para acelerar a entrega do teatro à população. O processo iniciado hoje é para a Sala Martins Pena, que demanda menor custo e menor tempo de trabalho dentro do projeto.
O secretário de Cultura estima que essa primeira etapa custe de R$ 35 milhões a R$ 38 milhões. Na solenidade de hoje, ele detalhou quais serão os próximos passos para a revitalização do Teatro Nacional.
"O fracionamento da obra foi pensado para que a Sala Martins Pena seja aberta assim que concluída a primeira etapa" - (Guilherme Reis, secretário de Cultura)

A segunda fase englobará o Espaço Cultural Dercy Gonçalves; em seguida, a prioridade será a Sala Villa-Lobos. Para a quarta etapa, o planejamento é reformar o anexo do teatro.
Intervenções necessárias, mas que não impedem a reabertura do espaço, como instalação de elevadores de palco, ocorrerão na quinta e última etapa.
“O fracionamento da obra foi pensado para que a Sala Martins Pena seja aberta assim que concluída a primeira etapa”, explicou Reis. A previsão é que isso ocorra em um ano após o início da obra.
Depois de publicado o edital no Diário Oficial do DF, o chamamento ficará aberto às entidades interessadas por 45 dias.
A opção jurídica que torna viável esse caminho é o Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil. Com base nele, o Estado pode procurar entidades especializadas em recuperação de patrimônio cultural e que possam captar recursos privados por meio da Lei Rouanet, sem impacto para os cofres públicos.
Para o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, a fórmula escolhida é a mais eficiente diante das dificuldades do Estado. “Acho que essa parceria é muito interessante para a gestão de espaços culturais. O modelo 100% estatal não funciona, não permite prestar o melhor serviço à população”, opinou.
Teatro Nacional está fechado desde 2013 por falta de segurança
A reforma do espaço é demanda antiga. O local foi fechado em 2013, por não estar adequado às normas de segurança. No mesmo ano, o Executivo local contratou um projeto de restauração, entregue ao governo em 2014, último ano da gestão anterior.
Como o governo Rollemberg herdou um rombo bilionário nas contas públicas e operou até o último quadrimestre acima do limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), precisou rever o projeto. A alternativa encontrada foi parcelar a obra, começando pela Sala Martins Pena.
Também participam dessa releitura a Secretaria de Gestão do Território e Habitação, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (Unops) e a Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra).
Construção do Teatro Nacional Claudio Santoro
Um dos principais locais da cultura no DF, o Teatro Nacional Claudio Santoro foi projetado por Oscar Niemeyer na forma de uma pirâmide, sem ápice. O início das obras ocorreu em 1960, logo após a inauguração de Brasília, com interrupção seis meses depois, em 1961.
Em 1966, a construção do teatro foi reiniciada, e a Sala Martins Pena, inaugurada. Assim permaneceu por dez anos, quando foi fechada para o trabalho de conclusão de construção do Teatro Nacional, reinaugurado, completo, em 1981.
O Teatro Nacional Claudio Santoro conta com 3.608 vidros nas fachadas leste e oeste, cubos brancos nas paredes norte e sul, assinados por Athos Bulcão — a maior obra de intervenção urbana do artista —, e jardins projetados por Burle Marx.
Leia o - Pronunciamento do governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, nesta quinta-feira (19/10), durante o lançamento do edital de chamamento público para captação de recursos e reforma do Teatro Nacional Cláudio Santoro
Esse é um momento de muita alegria para a gente dar um passo importante, não é o passo inicial, mas é um passo muito importante para recuperação do Teatro Nacional. Esse Teatro Nacional é um templo da cultura em Brasília, é um templo da criatividade, é um templo da liberdade de expressão, é um templo da diversidade, é um templo da beleza, é um templo da arte e nós estamos muito felizes, muito felizes mesmo, até emocionados, de estarmos lançando esse chamamento público.

Essa alegria tem muitas razões porque eu tive a oportunidade, como senador da República, de ser o relator do Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil, a Mirosc, e tive a oportunidade de regulamentar aqui no Distrito Federal, já como governador, uma regulamentação avançada em relação às demais unidades da Federação. E agora estamos, através da Mirosc, fazendo o chamamento público mais importante que é justamente chamando a sociedade civil para colaborar a contribuir na recuperação desse patrimônio nacional que é o Teatro Nacional.

Quero relatar que considero que estamos iniciando a conclusão de um ciclo muito importante na nossa cidade porque quando nós assumimos o governo, num ambiente de muita dificuldade política, num ambiente de muita dificuldade econômica, na maior crise econômica que o país já passou, e Brasília estava em uma situação extremamente difícil, nós encontramos os espaços culturais da cidade literalmente abandonados e estamos recuperando um por um desses espaços e estamos ampliando, inaugurando ou construindo outros espaços na cidade e fortalecendo as políticas públicas de cultura. Nós estamos concluindo e equipando o complexo cultural em Samambaia; na cidade de Planaltina também estamos concluindo um complexo cultural; ainda este ano vamos reinaugurar o nosso Centro de Dança que está ficando lindo; no início do ano que vem nós vamos devolver à população de Brasília o espaço cultural Renato Russo que tem um simbolismo enorme na história dessa cidade, na vida de muitos que estão aqui e de muitos que não estão aqui, sejam artistas ou pessoas que, como eu, tiveram a oportunidade de assistir muitas peças naquele espaço. Na terça-feira nós queremos convidar a todos porque daremos uma ordem simbólica de serviço, porque o serviço já começou, de recuperação do Museu de Arte de Brasília. Nós fizemos um convênio com a Terracap, que já doou um local extremamente nobre, próximo ao Centro Cultural Banco do Brasil para ser o nosso Parque Audiovisual e, justamente nesse ambiente de muita dificuldade, compreendendo a importância transformadora da cultura no sentido de construir uma sociedade mais amorosa, mais generosa, mais tolerante, capaz de transformar efetivamente uma cidade, que nós não cortamos em nenhum momento os recursos da cultura, pelo contrário, foi uma decisão política do governo, um compromisso pessoal, que nós estamos ampliando a cada ano os recursos da cultura.

Para o ano que vem nós estamos dobrando os recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), teremos 90 milhões de reais para a execução do FAC. E eu tive a oportunidade de dizer ao secretário de cultura e a toda sua equipe maravilhosa que eu ia sair da condição de cobrado para a condição de cobrador porque nós nunca tivemos no Distrito Federal uma execução completa do FAC. Num momento de muita dificuldade até para pagar salários, dificuldade essa que recebemos do governo anterior, nós tomamos uma decisão e conversamos com os artistas, muitos dos que estão aqui, e pedimos licença para utilizar na conta corrente do Distrito Federal, na conta única do Distrito Federal, os recursos do FAC que ficavam ali guardados e esterilizados, e que nós precisávamos para pagar os salários, mas eu disse, naquele momento, que nós tínhamos o compromisso de fazer com o FAC as maiores execuções da história, e que antes de acabar esse nosso mandato nós voltaríamos o FAC à sua condição original. Mais do que isso,  ao encaminhar uma emenda à Lei Orgânica de Cultura, nós definimos que o saldo que ficou deste ano e que não será executado este ano, será todo repassado no ano que vem para o FAC em duodécimos e nós vamos cobrar a execução por parte da Secretaria de Cultura. Também progredimos bastante com a nossa LOC (Lei Orgânica da Cultura) que é um instrumento político e jurídico extremamente avançado e que mostra o compromisso, não com a política de governo, mas com a política de estado, compreendendo a cultura em todas as suas dimensões, as dimensões tangíveis e as dimensões intangíveis.

Nós estamos em um momento muito delicado, de muita radicalização, de muita intolerância, mas temos muita consciência, muita convicção de que a cultura é um instrumento capaz de superar a mediocridade, a cultura é um instrumento capaz de superar a agressividade, a cultura é um instrumento capaz de liberar a nossa criatividade, toda a nossa amorosidade e o reconhecimento dessa imensa e belíssima diversidade que nós temos no país e que tem que ser promovida, tem que ser valorizada, tem que ser reconhecida e tem que ser respeitada, portanto, esse é o início do coroamento de um ciclo, pois teremos vários outros porque eu tenho certeza de que essa cidade que muito rapidamente, pelo espírito criativo, por toda a capacidade de Juscelino Kubitschek, que soube reunir o que havia de melhor no talento e na criatividade brasileira, no urbanismo de Lúcio Costa, na arquitetura de Niemeyer, na engenharia de Israel Pinheiro, enfim, essa cidade que tão cedo foi reconhecida como Patrimônio Cultural da Humanidade, ela tem que ter na cultura uma grande marca civilizatória. E é a cultura que vai permitir que Brasília volte a ser o que foi sonhado pelos seus criadores e que Brasília seja vanguarda de um outro momento da vida política nacional através da cultura.

Quero concluir aqui fazendo um chamamento aos empresários porque esse é o momento para a gente fazer isso, de fato, e sair do discurso para a prática. E convido vocês a nos ajudarem a reunir os empresários para dizer que este aqui é o Teatro Nacional e que Brasília tem que ter um teatro a altura de sua importância para o país e para o mundo e que, no menor tempo possível, a gente possa devolver esse patrimônio nacional a toda a população brasileira e a todos os estrangeiros que, de braços abertos, recebemos na nossa cidade. Muito obrigado.


Galeria de Fotos: - (    https://goo.gl/z1sJXs    )







Agência Brasília

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