MP e
Polícia Civil investigam Bispo Renato por lavagem de dinheiro
Depois da
abertura de investigação contra a deputada Celina Leão (PPS) por suposto
vazamento de informações da Defensoria Pública do DF, outro réu da Operação
Drácon vira alvo de inquérito aberto pela Delegacia de Combate aos Crimes
contra a Administração Pública (Decap) a pedido da Procuradoria-geral de
Justiça do DF. Desde 22 de setembro, o deputado Bispo Renato (PR) é investigado
por indícios de participação em crime de lavagem de dinheiro e ocultação de
capitais. A suspeita teve início quando a Delegacia de Combate a Roubos e
Furtos (DRF) prendeu cinco ladrões em flagrante durante roubo à casa de um
assessor do deputado, Márcio Xavier do Nascimento. A quadrilha foi impedida
pelos policiais de concluir o assalto e, ao prestarem depoimento, os criminosos
contaram que pretendiam roubar R$ 200 mil em espécie. O dinheiro seria
proveniente de suposta propina do deputado Bispo Renato. Eles disseram que a
informação chegou ao grupo por intermédio de um motorista do distrital,
Eriquisson Cláudio da Silva Soares. Com medo de operações como a Lava-Jato, com
busca e apreensão, o distrital teria escondido o dinheiro na casa do assessor,
segundo esse relato.
Exoneração
do motorista
Funcionário
com cargo comissionado no gabinete do deputado Bispo Renato (PR), Eriquisson
Cláudio da Silva Soares foi exonerado em 8 de junho, seis dias depois dos
depoimentos registrados na Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos (DRF).
Eriquisson estava preso preventivamente desde então, mas teve o alvará de
soltura expedido ontem, com a condição de se apresentar a todas as convocações
do processo, além de não se ausentar do DF por mais de oito dias sem comunicar
à Justiça. O advogado do distrital, Bernardo Fenelon, disse à coluna que o
desligamento do funcionário ocorreu em decorrência da citação do nome dele
nesse episódio. Sobre o inquérito aberto pela Decap, Fenelon afirmou que não
poderia se manifestar porque não havia ainda tomado conhecimento da investigação
contra Bispo Renato.
Possível
relação com a Drácon
Por causa
dos depoimentos dos ladrões presos em flagrante, o caso foi enviado pelo
delegado Fernando Cesar Costa, titular da DRF, à Decap, delegacia que tem a
competência para investigar indícios de crimes de corrupção envolvendo agentes
públicos. Agora, a Polícia Civil e o Ministério Público apuram se esse dinheiro
tem alguma relação com a denúncia de que o deputado Bispo Renato e outros
quatro distritais cobraram propina para aprovar uma emenda parlamentar
destinada a repassar sobras orçamentárias a empresas prestadoras de serviço de
UTI. Uma das medidas determinadas pelo delegado Jonas Bessa de Paula, da Decap,
foi a requisição de cópia integral do inquérito civil público em curso na 1ª
Prosus (Promotoria de Defesa dos Serviços de Saúde) sob a responsabilidade do
promotor Jairo Bisol, que trata da emenda parlamentar para empresas de saúde. O
objetivo é avaliar possível relação entre as investigações.
DP
Gate
Muita
gente tem chamado o inquérito relacionado ao suposto vazamento de informações
relacionadas ao defensor público André de Moura Soares que teriam sido passados
à deputada Celina Leão (PPS) de “DP Gate”.
Fake
news nas eleições de 2018
Gente da
área de investigação do MP aposta que a próxima eleição do Distrito Federal
será marcada pelos ataques virtuais com um exército de perfis fakes para
disseminação de notícias também falsas. A ideia é espalhar versões que podem
comprometer a imagem dos adversários nas redes sociais. Situações que, muitas
vezes, até serem combatidas, já terão causado um estrago e tanto. Esse batalhão
de produtores de notícias muitas vezes vai agir de longe, em outra cidade, o
que pode dificultar uma investigação de autoridades públicas. O fenômeno
ocorreu nas eleições americanas, na disputa entre Hillary Clinton e o
presidente Donald Trump. As chamadas fake news nas redes sociais tiveram
milhões de compartilhamentos. O Ministério Público está de olho na formação
dessas redes no DF.
Ana Maria
Campos - Coluna "Eixo Capital" - Fotos: Bárbara Cabral/CB/D.A.Press -
Maurenilson Freire/CB/D.A.Press - Correio Braziliense