Edifício
sede do TSE - Tribunal Superior Eleitoral - Brasília- DF - Projeto Oscar
Niemeyer
Em 2018 não vote por você. Vote pelo país.
*Por Circe Cunha
É duro ter que reconhecer, mas a crise política que
nos atormenta, desde sempre, tem, em nós eleitores, a sua fonte primária. Das
urnas, fecundadas pelo voto de cada cidadão, brotam os legítimos representantes
da sociedade. Bons ou maus, eles tomam posse do que receberam e com eles temos
que seguir, mesmo desconfiando de que o destino final dessa jornada acabe
sempre onde começou.
Andamos em círculos e de mãos vazias por vontade
própria, escolhendo tipos bem parecidos com nós mesmos. Gestamos, em cada eleição,
quem, lá em frente, desviará, sem remorsos, os recursos da saúde. E quando
chega o inesperado, nós, os eleitores, ou somos obrigados a suprir o vácuo
deixado na Saúde e vamos atrás de um plano, ou ficamos deitados em macas sujas
e improvisadas nos corredores superlotados dos hospitais à espera de um
atendimento de emergência que nunca chega, nem nos damos conta de que estamos
naquela situação terminal por nossos próprios atos cívicos.
Para aqueles que conseguem escapar ilesos dos
hospitais infectados e das ruas assassinas, novas eleições virão e a
oportunidade de repetir o mesmo gesto, escolhendo os mesmos tipos, com raras
exceções para que tudo permaneça do mesmo jeito por gerações.
Somos nossos próprios algozes. Dentro desse formato
de sociedade que escolhemos como ideal para todos, nem nos damos conta de que
mudar a forma de se fazer política é fácil. Difícil é começar essa mudança em
nós mesmos. Nenhuma reforma política coerente virá de nossos representantes,
uma vez que recusamos essa mesma reforma em nossos hábitos diários.
Lima Barreto (1881-1922) dizia que o “Brasil não
tem povo, tem público” para justificar não só a apatia que demonstramos com
relação à nossa própria história, mas a indiferença de cada um com o destino de
todos. É preciso lembrar que todos os políticos que hoje se encontram
encarcerados foram, um dia, devidamente escolhidos e ungidos com o nosso voto.
De certa forma somos cúmplices passivos dessa gente.
Especialistas em segurança pública defendem
abertamente a tese de que a perpetuação das facções criminosas em muitos
redutos do país se deve, em parte, à colaboração voluntária de parcela
significativa de moradores locais. Cientes desse desdém da população com
relação ao destino do país, muitos políticos, mesmo carregando nas costas
inúmeros processos judiciais, por crimes vários, permanecem e se lançam em
campanhas pelo Brasil afora, certos da conivência de muitos eleitores.
Ao custo Brasil se soma a classe política atual,
acrescenta-se parcela significativa desse público que não se avexa em ter seu
futuro roubado bem diante dos próprios olhos e de todos. Talvez não seja por
acaso que muitos historiadores classificam o povo como sendo “uma porção de
ninguém”.
***
A frase que foi pronunciada
“Eu não vim para Brasília, Brasília é que veio pra
mim.”
(Evaristo de Oliveira)
Pedra angular
» Evaristo de Oliveira. O Correio Braziliense acaba
de perder sua pedra angular. Homem de trato fino, simples e sofisticado ao
mesmo tempo. Amigo verdadeiro para todas as horas. Sem estardalhaço ou vaidade
subiu cada degrau na empresa por absoluta competência e dedicação. É um homem
que será sempre lembrado como agregador, com uma solução dada de forma humana
para qualquer problema. Muita saudade. Nossos mais profundos sentimentos.
Cariocas
» Enquanto as lentes se voltam para Luciano Huck,
quem faz papel realmente bonito é o senador Romário. Desenvolvido ao adotar o
protocolo político, tem feito muito pelos portadores de necessidades especiais
e pretende ir bem mais longe. Os eleitores votaram no nome Romário por causa do
futebol e ganharam um Romário político de atitude.
(*) Circe Cunha – Coluna “Visto, lido e ouvido” –
Ari Cunha – Correio Braziliense – Fotos/Ilustração: Blog - Google


