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À QUEIMA-ROUPA: Paulo Roque, advogado, pré-candidato ao Senado pelo Partido Novo

"Essa indignação que o eleitor tem eu tenho. Essa insatisfação que ele tem eu tenho. Se ele não gosta do político tradicional, eu detesto”

Por que você quer ser candidato ao Senado?
Porque acho que tenho a contribuir com a minha experiência como advogado, como cidadão. Vejo que um Parlamento não se constrói com a suntuosidade do prédio ou com a quantidade de assessores que um senador tem. É sobretudo através da independência de seus membros e de seu caráter. Isso eu levo para o Senado.

Hoje os políticos enfrentam uma rejeição muito grande por parte da população. Não teme atrair esse desgaste ao entrar na política?
Não serei esse político que a população desgosta. Antes de a população virar as costas para eles, eles viraram as costas para a população. E as pessoas sabem diferenciar. Deveríamos ter mais políticos que merecessem o respeito da população. Infelizmente hoje é uma minoria. Não vou mudar o meu jeito e meus valores para estar na política. E será transitório. O grande problema que vejo hoje é que as pessoas vão para a política para fazer uma carreira. O político de carreira faz mal ao país. 

Por quê?
Porque a reeleição dele passa a ser mais importante do que os projetos para o país. Em algum momento, ele esquece os interesses comuns e passa a trabalhar para a sua reeleição. Então, estarei lá, se for eleito, transitoriamente. 

Você vai ser o senador que defende o quê? Qual vai ser a sua cara?
Temos que trabalhar mais a eficiência em todos os setores. Venho da área do direito do consumidor. O Brasil é um país com baixíssima concorrência. Isso faz o consumidor pagar muito caro por ter pouca liberdade de escolha. Se o Brasil tivesse um capitalismo de verdade, o consumidor poderia ter produtos e serviços mais baratos. Funciona aqui uma espécie de capitalismo cartorial. Outra questão é a gastança no Legislativo. Brasília é campeã. A Câmara tem gastos incompatíveis para um país em que falta ainda saneamento. Vou trabalhar para que o Legislativo se imponha um limite muito mais rígido de gastos. 

Você não vai ser visto com desconfiança pelos colegas?
Não serei visto com desconfiança por quem me elegeu. É isso que me importa. Não vou para lá para ser compadre de ninguém. Terei relações amistosas, republicanas com todos, mas o debate fazemos no campo das ideias. Qual Legislativo do país parcelou salário de servidor? O Executivo parcelou o próprio salário. O Legislativo, para não cair no descrédito, tem que fazer uma pauta positiva. 

O que o Partido Novo vai oferecer de novo para o cidadão?
É que o Estado respeite mais o cidadão. O centro do Estado é a pessoa. O Estado existe por conta da pessoa. O Estado não pode passar por cima da pessoa. O Novo é isso, é o respeito à pessoa. 

Quem vai ser o seu eleitor?
Meu eleitor são as pessoas que querem um país diferente, um Distrito Federal diferente, um Senado diferente. E é a maioria. Mas nossas propostas precisam chegar a essas pessoas. Então, esse é o nosso grande desafio. Essa indignação que o eleitor tem eu tenho. Essa insatisfação que ele tem eu tenho. Se ele não gosta do político tradicional, eu detesto. Todo ser é um ser político. Mas não se pode fazer da política uma profissão, um business. Não é para isso que estarei lá.

Outros advogados, como Ibaneis Rocha, também querem concorrer pela primeira vez. Por que isso?
A situação atual é muito grave e muitas pessoas de fora da política tradicional têm sido convocadas a sair da zona de conforto. Mas é preciso tomar muito cuidado: como uma roupa velha pode vestir alguém novo?


Ana Maria Campos - Coluna "Eixo Capital" - Foto: Carlos Vieira/CB/D.A.Press - Correio Braziliense

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