Humberto
Fonseca -
Secretário de Saúde do DF
Se o projeto de implantação do Instituto Hospital
de Base, que passa a funcionar hoje, der certo, há previsão de ampliação do
modelo para outras unidades do DF?
Tenho certeza de que será um sucesso e, sendo
assim, não seria inteligente não avançar no modelo. Não há tempo nem proposta
para este primeiro mandato do governador Rodrigo Rollemberg, mas acredito que
qualquer gestor responsável, que veja o resultado de uma estrutura pensada para
a saúde, que tenha mais eficiência nas contratações, mais autonomia e mais
qualidade na gestão e na execução, vai pensar em expandir esse modelo. Nós
pensamos nisso, mas é algo que precisa ser discutido com a Câmara Legislativa,
porque a lei atual só permite que seja feito para o Hospital de Base.
Por tantas batalhas que vocês passaram para aprovar
o Instituto Hospital de Base, fica mais fácil ampliar a outras unidades?
Havendo uma demonstração dos resultados, com
melhora, não tenho dúvida. A batalha que enfrentamos com o Instituto Hospital
de Base foi mais difícil, porque não havia modelo semelhante para nos
espelharmos. Havia o Sarah, que juridicamente era semelhante, mas que é um
modelo assistencial bem diferente. Então, com o Hospital de Base dando
resultados, acredito que a própria população vai demandar que seja expandido.
Mas é viável que, a longo prazo, todos os hospitais
públicos do DF adotem esse modelo?
Acredito que isso só pode ser avaliado a longo
prazo. Nós temos um sistema de saúde que funciona inteiro, no Acre, mas isso
precisa ser avaliado na medida em que acontece.
Num ano em que a sabotagem e as artimanhas de
adversários do governador estão quentes, acentuadas, o sucesso do projeto pode
ser comprometido?
Precisamos ter cuidado. Já estamos vendo muitas
fake news sendo utilizadas com propósitos eleitorais. Esperamos que as pessoas
tenham a honestidade intelectual e decência. As pessoas precisam entender que o
Instituto Hospital de Base é importante para nossa cidade e que não utilizem
nenhum tipo de desinformação para desconstruir um projeto que tem tudo para dar
certo em Brasília.
Você escreveu no seu perfil nas redes sociais que
não pretende disputar as eleições. Por que foi preciso dar essa satisfação?
Fui abordado por algumas pessoas pedindo que eu me
candidatasse, fui questionado por amigos. Outras pessoas até me disseram que a
minha página do Facebook tem característica de campanha eleitoral e quis dar
uma satisfação, até para tranquilizar a todos. Eu não me sinto vocacionado para
isso, não sinto esse chamado, não pretendo me candidatar.
Mas você tem disposição para, num eventual segundo
mandato do governador Rollemberg, continuar desempenhando esse trabalho?
Nós fizemos bastantes alterações estruturantes na
Secretaria de Saúde, área que pegamos como uma terra arrasada. Conseguimos
organizar esse processo. Ainda há muitas dificuldades, mas certamente em 2019
nós teremos uma secretaria que já começa muito bem organizada. Eu gostaria e me
disporia a continuar esse projeto para consolidar essas mudanças e permitir que
a gente consiga avançar nessas inovações que são importantes para a saúde
pública.
Fonte: Ana Maria Campos – Coluna “Eixo Capital” –
Correio Braziliense