Estudo concluiu que a estrutura é boa e apenas
parte dos pilares deve ser demolida e reconstruída
O levantamento feito pelo engenheiro Pedro de
Almeida, professor da Universidade de São Paulo (USP) há 29 anos, aponta para a
não demolição do tabuleiro central do viaduto da Galeria dos Estados. Foto:
Andre Borges/Agência Brasília
Segurança, durabilidade e custo. Esses são os três
pilares da solução a ser apresentada para o viaduto da Galeria dos Estados. E,
segundo relatório de especialista apontado pelo Conselho Regional de Engenharia
e Agronomia do Distrito Federal (Crea-DF), o ideal é recuperar a maior
parte da estrutura.
O levantamento feito pelo engenheiro Pedro de Almeida, professor da
Universidade de São Paulo (USP) há 29 anos, aponta para a não demolição do
tabuleiro central. Esta é a parte da estrutura em cima da qual os veículos
trafegam no Eixão.
“Hoje, com as premissas de sustentabilidade, é muito raro demolir
estrutura com boa qualidade de material. A recomendação é manter o tabuleiro e
reconstruir as asas dos pilares”, disse o especialista da USP, responsável pelo
monitoramento da inspeção feita no viaduto em 2013.
A posição do governo de Brasília foi apresentada em entrevista coletiva
no Palácio do Buriti nesta quinta-feira (8), um dia após a Universidade de
Brasília (UnB) — integrante do grupo de trabalho como convidada, bem como o
Crea-DF e o Clube de Engenharia — dizer que a demolição era o caminho.
O que vai definir o
destino do viaduto da Galeria dos Estados
Os três fatores da decisão final sobre o que vai ser feito com o
restante do viaduto foram apontados pelo diretor-geral do Departamento de
Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF), Márcio Buzar: segurança para
a população; durabilidade do material; e quantidade de recursos públicos a
serem investidos.
“Há consenso em aproveitar as fundações, os blocos de fundações e o núcleo do tabuleiro.
Falta decidir quanto ao tabuleiro central”, disse Buzar. De acordo com ele, a
conclusão com base em análises laboratoriais da UnB foi que o concreto é de boa
qualidade. “De repente, aparece um segundo relatório em que se demanda a
demolição”, ponderou.
A presidente do Crea-DF, Fátima Có, ratificou a decisão do governo. “A
opinião de demolir foi momentânea, a olho nu, no dia da queda. O Crea tem
convencimento, por meios técnicos, de que é possível recuperar o viaduto com
segurança.”
O responsável pelo DER-DF, autarquia que administra o Eixão, ainda
ressaltou que as alças de desvio no trânsito dão tranquilidade para decidir o
que será feito. São, porém, uma solução temporária, pois o governo não pretende
mexer na configuração da cidade.
Ações na Galeria dos
Estados e monitoramento de pontes e viadutos
A demolição e remoção do bloco que caiu ocorreu em 24 e 25
de fevereiro. A quebra da estrutura durou nove horas e 15 minutos
ininterruptos. Cerca de 200 toneladas de entulho foram retiradas por 46
caminhões.
O material será reaproveitado pela Companhia Urbanizadora da Nova
Capital do Brasil (Novacap) em meios-fios, tampas de bocas de lobo e outros
equipamentos.
Assim que parte do viaduto caiu, o governo de Brasília iniciou os planos
emergenciais para a manutenção do espaço. Primeiro o trânsito da via foi
alterado para que os trabalhos de escoramento pudessem ser feitos.
Também foi preciso monitorar pontes e viadutos, como as Pontes
do Bragueto, das Garças e Honestino Guimarães e o viaduto sobre a N2, ao lado
do Conjunto Nacional.
A Galeria dos Estados recebeu ações de manutenção, como processo
preventivo. As galerias de águas pluviais foram limpas, assim como foi feita a
remoção de infiltrações. A laje também será reforçada.
Galeria de Fotos: - ( https://goo.gl/vsDhxH )
Agência Brasília