Qualidade de vida na capital
Brasília chega aos 58 anos com a terceira maior
população do país, pouco mais de 3 milhões de habitantes, e reconhecimento
internacional pela qualidade de vida e capacidade em receber grandes eventos,
como o Fórum Mundial da Água e o mais antigo festival de cinema brasileiro.
Aparece, no topo da lista do Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento
(Pnud), com um índice de 0,839, indicativo de “muito alto desenvolvimento
humano”, patamar conquistado ainda por São Paulo (0,819) e Santa Catarina
(0,813), no Brasil.
É também a primeira das quatro capitais brasileiras
no ranking mundial da consultoria Mercer sobre qualidade de vida, classificada
em 108º lugar, à frente do Rio de Janeiro (118º), São Paulo (122º) e Manaus
(127º). Longevidade, renda, escolaridade, acesso à infraestrutura básica,
ambiente econômico e aspectos ambientais estão entre os critérios que pontuam
nessas avaliações.
A expectativa de vida do brasiliense ao nascer é a
terceira maior do país (78,1 anos), e as recentes taxas de mortalidade infantil
e de homicídios podem elevá-la. A última taxa anual de homicídios caiu a 16
casos por 100 mil habitantes, recorde em 29 anos (resultados na segurança
renderam a Brasília o título de Capital Ibero-Americana da Paz no biênio
2017/2018).
Na educação, um dos itens observados é a matrícula
de crianças de 4 e 5 anos na educação infantil. Esse acesso foi universalizado
pela primeira vez no ano passado. Entre os adultos, é alto o grau de
escolaridade, impactando os salários. A renda média per capita de R$ 2,5 mil é
a maior do Brasil, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Pnad
Contínua (2017), do IBGE, apesar de persistir o desafio de reduzir
desigualdades entre as regiões.
Em relação à infraestrutura básica, quase todas as
casas possuem água encanada (98,71%). A coleta de esgoto ocorre em 85,1% dos
domicílios e esses resíduos são tratados integralmente. Áreas com reduzida
infraestrutura, a exemplo de Buritizinho, Porto Rico e Sol Nascente, receberam
investimentos prioritários nos últimos três anos.
Nesse período, também se investiu no aumento da
produção de água para recuperar a ausência de obras hídricas por longos16 anos.
Já foram inauguradas as estações de captação do Ribeirão Bananal e do Lago
Norte e as estações elevatórias de esgoto em Águas Claras e de água tratada da
ETA Brasília. Até o final do ano, Corumbá IV também entrará em operação.
Complementarmente, combateu-se a grilagem de terra
que prejudicava os mananciais e recuperaram-se nascentes com plantio de
árvores, um reforço à cobertura vegetal no DF que, segundo dados da Codeplan,
alcança 54,3% do território com índice de arborização de 31,73m² por habitante.
A população dispõe de 70 parques, entre eles um dos maiores situados em área
urbana, o Parque da Cidade, onde usufrui de momentos de lazer ou pratica
esportes.
Atividades comuns também na orla do Lago Paranoá, a
praia do brasiliense, recém-democratizada com a desobstrução de áreas antes
restritas aos mais ricos. Resgatar esse espaço para uso coletivo ganha agora
impulso com o resultado do concurso público do projeto urbanístico para a orla.
Essa conquista e a desativação do Lixão da Estrutural são dois saltos
civilizatórios recentes e irreversíveis.
Brasília vivencia melhoria no cenário econômico,
após dois anos de crise. Pesquisa da Fibra mostra que o índice de confiança do
empresariado subiu a 58, o maior dos últimos 4 anos, fruto de medidas tomadas
para a cidade crescer. O ajuste das contas públicas permitiu pagar salários em
dia e regularizar pagamentos a prestadores de serviços, injetando recursos na
economia local.
E, apesar de toda a crise, ampliou-se o
investimento em cultura e em ciência e tecnologia, áreas decisivas na
construção de novo perfil de desenvolvimento local. O parque tecnológico
Biotic, prestes a ser inaugurado, criará mais de 25 mil empregos quando estiver
totalmente implantado, enquanto a área cultural concentra 15% dos
microempreendedores no DF, segundo a Codeplan. Daí a importância de o Fundo de
Amparo à Cultura (FAC) destinar R$ 114 milhões em três anos a editais
descentralizados para contemplar artistas das próprias regiões administrativas.
Além disso, novos marcos legais trouxeram segurança
jurídica, regularização e regras claras para novos negócios, como o Código de
Obras, a Lei do Polo Gerador de Viagens e o Zoneamento Ecológico-Econômico,
previsto há 23 anos na Lei Orgânica, mas só agora enviado à Câmara Legislativa.
Hoje, empresas são abertas sem burocracia pelo registro de licenciamento
digital (RLE). A grande notícia é a possibilidade de conceder os mesmos
benefícios fiscais de estados vizinhos, um estímulo à permanência ou retorno de
empresas ao solo brasiliense.
Quase sessentona e reconhecida como cidade criativa
do design pela Unesco, Brasília esbanja vigor em vários campos. Mas ainda temos
muitos desafios a superar. E a maneira de superá-los é com muito amor,
compromisso, dedicação e trabalho pela capital de todos os brasileiros.
Rodrigo Rollemberg – Governador de Brasília
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