O
ocaso de um político
*Por
Circe Cunha
Quem
conhece um pouco de história e pôde acompanhar a movimentação em volta do
Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo para impedir a iminente prisão do
ex-presidente Lula chega à conclusão de que o fim melancólico desse líder, como
os exemplos passados ensinam, se repete sempre que o personalismo exacerbado se
sobrepõe e contamina a estrutura partidária. Nesses casos, invariavelmente, o
destino pessoal do líder passa a se ligar de forma indissociável ao de
todos à sua volta. O que acontecer a ele atingirá a todos igualmente. Em
situações como essa, não chega a ser surpresa de que o destino de Lula será o
destino não só de sua legenda e do que restou de seu grupo político mais
próximo, além dos movimentos sociais, das ONGs, dos sindicatos pelegos e de um
sem-fim de grupos-satélites que viveram à sombra do Estado.
O transatlântico do Lulismo vai à pique, levando com
ele um período da história do país em que a pantomina política foi o traço
marcante. A transformação da sigla dos trabalhadores em um partido de nítida
característica fascista foi obra de um progressivo e bem elaborado projeto
traçado desde o Fórum de São Paulo e se intensificou, de forma desesperada, a
partir das revelações que vieram à tona com a Operação Lava-Jato.
Posto a nu com as delações premiadas, restou ao
lulismo recorrer à propaganda e à divulgação sistemática de narrativas
fictícias que visavam construir nova realidade, obviamente sobre os escombros
da verdade. Com efeito lançaram mão de outra estratégia fascista ao apontar a
grande imprensa como inimiga do partido a qual, portanto, deveria ser
hostilizada e atacada onde estivesse.
Jornalistas foram agredidos, ameaçados,
encurralados e gráfica de jornal, invadida. Não satisfeitos atacaram inclusive
a residência da própria presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen
Lúcia. Para a consecução desses objetivos, foram organizados, também dentro
do figurino fascista, milícias e outras forças paramilitares para punir
severamente todo e qualquer adversário. Também o desrespeito às instituições e
o não acatamento das decisões, mesmo dos tribunais superiores, revelam traços
de um fascismo de contornos caudilhescos, em que a vontade e os desejos do
líder se sobrepõem a tudo e a todos.
O futuro que parece, cada vez mais, reservado ao
partido é a entrada para a clandestinidade. A refundação do partido, conforme
pregado por algumas lideranças no longínquo 2005, deu lugar a um segundo
naufrágio. Primeiro, com o impeachment de Dilma. Agora, com a prisão do grande
guia.
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A frase que não foi pronunciada
“Perderam a ternura.”
(Che Guevara, de onde estiver, analisando os petistas)
Preparativos
Neste
ano, as regiões administrativas estão preparando, com todo esmero, o 58º
Aniversário de Brasília para que a população participe ao máximo da festa. O
secretário Marlon Anderson Costa, do Apoio às Cidades, já providenciou o
cadastramento dos ambulantes que terão autorização para trabalhar em 21 de
abril. A convocação foi feita pelo Diário Oficial do DF.
Divulgar
Por
falar em preparativos, seria uma bela oportunidade distribuir o hino de
Brasília nas escolas do DF. O governador Rollemberg ou dona Márcia que,
certamente, foram alunos de dona Neusa França, fariam uma justa homenagem à
mestra.
Haja tempo
Herdada
dos portugueses, a burocracia no Brasil ainda não foi vencida. Um
microempreendedor individual que queira abrir uma empresa, o faz bem rápido. Mas,
no momento de emitir um recibo pelos serviços, é uma maratona de idas e voltas.
Até a gráfica que vai imprimir o boleto precisa ter a assinatura reconhecida em
cartório. Há caminhos muito mais curtos e muito mais seguros. A internet está
aí para isso.
Contrato
Cristina
da Silva Britto foi a historiadora contratada para realizar uma pesquisa e
escrever um livro sobre a evolucão histórica e administrativa do Tribunal de
Contas do Distrito Federal.
(*) Circe
Cunha – Coluna “Visto, lido e ouvido” – Ari Cunha Correio Braziliense –
Foto/Ilustração: Blog - Google