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Por onde a gente anda em Brasília


Por onde a gente anda em Brasília

*Por Jane Godoy

Entre o Natal e o ano-novo, como sempre acontece nesta página, procuramos fazê-la de modo especial, criando algo diferente que possa marcar aquele período de transição entre o ano que se vai e o que está chegando.

Pedimos a vários empresários da cidade, pessoas que trabalham duro por um Brasil e uma Brasília melhores, cheios de ideais, que deixassem registrado aqui o que esperam para o futuro do Brasil e de Brasília.

Foram textos antológicos, cheios de sinceridade e desejos para que possamos viver num país melhor com mais educação, saúde, trabalho e segurança, entre outras coisas.

Coincidentemente uma emissora de televisão tem feito o mesmo, pedindo aos telespectadores que gravem seus próprios vídeos, expressando aquilo que almejam para o futuro do país.

Fizemos deste espaço domingueiro um grito de alerta com relação às mazelas brasilienses, que não têm prazo para terminar. Aqui e ali procuramos enxergar com “olhos de lince” o que está ruim ou péssimo, aquilo que tem solução e o quanto gostaríamos que isso acontecesse.

Voltamos, então, a um assunto que há anos a gente aponta aqui e que, de tão simples, que é chega a ser desanimador: as calçadas.

Já criamos a Operação Pedestre, citando os acidentes que quebraram braços e narizes devido a quedas pelas calçadas de Brasília; já mostramos as imediações da Embaixada de Portugal e outras representações diplomáticas que, devido ao seu estado deploravelmente descuidado, nos envergonham sobremaneira.

Não sei se é porque Brasília é “uma cidade em que as pessoas têm cabeça, tronco e rodas”, como se ninguém precisasse andar a pé, parece que os administradores não se importam com isso ou se esquecem de que há milhares de pessoas que andam a pé sim, e por todos os lados. Por necessidade ou por esporte. Isso não importa.

O que importa é que os comandantes da capital da república deveriam se lembrar que os pedestres, cidadãos de bem, precisam caminhar em calçadas benfeitas e bem cuidadas, merecem pisar em lugar seguro, evitando quedas e fraturas que, graves ou não, oneram o Estado e tiram os trabalhadores do trabalho, quando não os condenam à invalidez por uma queda mais grave.

Na última quarta-feira, depois de um evento importante no Palácio da Justiça, ao lado do Palácio do Planalto ou seja, no principal ponto de turismo político do país, constatamos que, maculando a exuberância e a beleza da arquitetura, do paisagismo e da importância do local, também lá ninguém se importa com as calçadas ou com os buracos ou desníveis a que as pessoas estão sujeitas ao transitar por lá.

Nem é preciso dizer que o pensamento da gente voa célere para os turistas que a gente vê passando, fazendo fotos e, extasiados, contemplando a beleza do lugar. Tanto lá como em outros lugares da cidade, no momento em que vemos pessoas transitando a passeio ou a trabalho por essas calçadas detonadas (quando existem), vem à cabeça da gente um fervoroso Deus queira que nada aconteça com eles.

Certa vez, não me lembro quando, escrevemos sobre isso e, felizes, assistimos à construção das calçadas que ligam a Rodoviária do Plano Piloto à Torre de TV que, certamente feitas como manda o figurino, estão muito bem conservadas até hoje.

Com a chegada do outono e, consequentemente, com o final do período chuvoso, que tal colocar a Operação Pedestre nas ruas e, num trabalho muito bem programado e conduzido, deixar as pessoas caminharem seguras e tranquilas?

A população inteira vai agradecer. E nós vamos nos orgulhar de termos administradores que se lembram dos pedestres e pensam neles com o respeito que eles merecem.


(*) Jane Godoy – Coluna 360 Graus – Foto: Breno Fortes/CB/D.A.Press – Correio Braziliense


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