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Mais trabalho para policiais e promotores - (Um impacto grande da decisão do STF sobre foro especial ocorrerá no trabalho de policiais civis e promotores de Justiça que investigam casos de corrupção.)


Mais trabalho para policiais e promotores
Um impacto grande da decisão do STF sobre foro especial ocorrerá no trabalho de policiais civis e promotores de Justiça que investigam casos de corrupção. Deputados distritais também deverão perder a prerrogativa de serem processados e julgados apenas com autorização do Superior Tribunal de Justiça. Quando as suspeitas de crimes estiverem relacionadas a situações fora do mandato, os parlamentares deverão ser tratados como qualquer cidadão. Sem dúvida, essa mudança facilita a vida dos investigadores.

O passado pode condenar
Muita gente apostava que o foro especial daria um fôlego ao ex-vice-governador Tadeu Filippelli (MDB) na Operação Panatenaico. Mas, se prevalecer ao pé da letra a decisão do STF sobre foro especial, as denúncias sobre corrupção no estádio Mané Garrincha e outras investigações conduzidas por promotores de Justiça e procuradores da República que atuam em primeira instância não serão enviadas ao STF mesmo que Filippelli se eleja deputado federal. Com as novas regras, o passado pode criar muitos problemas para os congressistas. O foro privilegiado só vale para crimes praticados no exercício do mandato e relacionados ao cargo.

Rosso nas mãos dos procuradores da Panatenaico
O deputado Rogério Rosso (PSD/DF) também poderá passar a ser investigado pelos procuradores da Operação Panatenaico, sobre o Mané Garrincha. A 12ª Vara da Justiça Federal autorizou pedido do MP para envio de depoimentos em que há citações a Rosso para o STF. Mas, agora, a situação é diferente. Como os fatos relacionados ao Mané Garrincha ocorreram antes do início do mandato de Rosso como deputado, a competência  pode ser fixada na primeira instância.

Nemer pode perder foro na Pandora
O deputado Roney Nemer (PP/DF) também pode ser atingido pelo fim do foro especial. O parlamentar é o único alvo da Operação Caixa de Pandora que responde à denúncia em tramitação no STF. A ação penal por corrupção ativa estava para ser julgada, mas agora há dúvidas se permanecerá na corte superior. É que o entendimento do STF foi de que os processos em fase adiantada não devem descer para a instância inferior. Vai depender de um entendimento do relator, ministro Luiz Fux. Se baixar, será um alívio para todos da Pandora. Uma eventual condenação de Roney no STF influenciaria as demais denúncias que ainda nem foram julgadas em primeira instância.

A condenação de Alberto Fraga (DEM/DF) por porte ilegal de munição dificilmente será revertida no Tribunal de Justiça do DF, para onde o caso foi remetido na última sexta-feira devido à mudança das regras para foro especial. Na Justiça do DF, a denúncia do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) contra Fraga já passou por todas as instâncias e a pena de quatro anos em regime aberto não foi aplicada porque um recurso, embargos infringentes, aguardava para ser apreciado. O próprio relator no STF, Dias Toffoli, já havia mantido a condenação em decisão de fevereiro.

Futuro incerto para a Dracon
Entre os processos do Conselho Especial do Tribunal de Justiça do DF em que o foro especial fica mantido está a Operação Dracon, que se refere à venda de uma emenda parlamentar para empresas de saúde. Mas é incerto o futuro dessa ação por corrupção contra os deputados Celina Leão (PP), Raimundo Ribeiro (MDB), Júlio César (PRB), Cristiano Araújo (PSD) e Bispo Renato (PR). É que o STF definiu que o foro vale para casos relacionados ao exercício do mandato. Mas não se sabe qual será a interpretação para o processo quando o mandato chegar ao fim.

Escapou da panela de pressão
Eleito pelo MDB, Robério Negreiros escapou também de possivelmente ser alvo de uma investigação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) por prevaricação na CPI dos Transportes realizada pela Câmara Legislativa em 2015. O distrital não cedeu à pressão do presidente do partido, Tadeu Filippelli, para integrar a comissão que apurou irregularidades na licitação para o sistema de transporte público do DF. Foi ali que a relação de Robério e Filippelli começou a estremecer, até que o distrital deixou o partido. O deputado Rafael Prudente (MDB) assumiu a vaga na CPI e se tornou alvo de uma investigação sobre suposto favorecimento a Filippelli nos trabalhos da comissão.

O deputado Robério Negreiros (PSD) vai chegar à campanha para novo mandato livre da acusação de ter sido beneficiado indevidamente pela Odebrecht em sua campanha. A pedido do procurador regional da República Alexandre Camanho, o Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região arquivou notícia de fato encaminhada pela Procuradoria-geral da República com base em depoimento do delator Cláudio Melo Filho, ex-executivo da Odebrecht, sobre doação de R$ 200 mil para a campanha do distrital feita pela Braskem, empresa do grupo Odebrecht. Camanho ressaltou que os recursos foram contabilizados e que não há como  falar em crimes. O caso foi arquivado também pelo Tribunal de Justiça do DF. Na última sexta-feira, saiu a última decisão, do corregedor eleitoral, desembargador Waldir Leoncio, também com base em parecer do Ministério Público Eleitoral (MPE).
O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) começa a fazer campanha pública pela candidatura do ex-presidente do STF Joaquim Barbosa ao Palácio do Planalto. Em mensagem que começou a circular ontem nas redes sociais, Rollemberg fala sobre o perfil do ministro aposentado. “O Brasil não precisa de um presidente simpático. O Brasil precisa de um presidente sério e que respeite as instituições: Joaquim Barbosa”, aponta. Quem conhece Barbosa de perto descreve uma pessoa afável, simples e carismática entre os amigos, mas extremamente temperamental no que se refere aos assuntos da República. Rollemberg sabe disso e trabalha com o marketing que o PSB quer construir em torno do juiz que relatou o processo do mensalão.

Tempo, tempo, tempo...'
Faltam exatos cinco meses para o primeiro turno da eleição. São 22 semanas pela frente para muitas definições sobre candidaturas e coligações.



Por Ana Maria Campos – Coluna “Eixo Capital” – Fotos: Barbara Cabral/CB/D.A.Press - Antonio Cunha/CB/D.A.Press - Minervino Cunha/CB/D.A.Press - Ed Alves/CB/D.A.Press - Correio Braziliense


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