Durante a tradicional parada realizada ontem,
lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros defenderam a
escolha de candidatos representantes do segmento. Segundo Polícia Militar, 20
mil pessoas participaram do evento
*Por Otávio Augusto
Fátima
Brasil acompanhou toda a festa com a companheira, Jane Aparecida Rosa
Cinco trios elétricos e um ônibus animaram a maior
parada gay do Centro-Oeste. Mais de 20 mil pessoas desfilaram entre o Congresso
Nacional e o Palácio do Buriti, segundo a Polícia Militar. Para a
organização, foram 80 mil. O tema da 21ª Edição da Parada do Orgulho
LGBTs (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais ou transgêneros) de Brasília
este ano entrou no clima das eleições. Os organizadores lançaram a hashtag
#LGBTePoliticaSim, na busca pela inserção de políticos do segmento no pleito de
outubro.
Pelo menos nove eventos semelhantes devem ocorrer
no DF até setembro. Sobradinho, Cruzeiro, Sudoeste, Gama, Taguatinga,
Candangolândia, Planaltina, Paranoá, Ceilândia e Itapoã terão celebrações nas
próximas semanas. Até o fechamento desta edição, a Polícia Militar não havia
registrado ocorrências durante a travessia dos trios.
A professora aposentada Fátima Brasil, 55 anos,
acompanhou toda a festa com a companheira, a servidora pública Jane Aparecida
Rosa, 45. Para ela, a parada gay é um momento de mostrar a expressividade do
grupo na sociedade. “Não deixa de ser um ato político. Estamos lutando por
reconhecimento de direitos, por representatividade e por respeito”, destaca
Fátima.
Ela espera que, nas eleições de outubro, mais
candidatos LGBTs assumam cargos. “Temos que votar em quem vai trabalhar pelos
anseios da comunidade. Temos de ter representantes que vão preservar e
reconhecer nossos direitos”, pondera a moradora da Vila Planalto. Fátima e Jane
estão casadas há cinco anos.
O estudante de arquitetura Pedro Vitor Almeida, 22
anos, tem um discurso semelhante ao de Fátima. “Falta representatividade. Assim
como vemos poucas mulheres e poucos negros, há poucos parlamentares gays. Isso
é controverso. Ao mesmo tempo em que temos uma parada LGBT, vemos o grande
crescimento do conservadorismo”, observa o morador da Asa Norte. O namorado de
Pedro, o estudante de arquitetura Gabriel Amaral, 22, concorda. “Temos que
mostrar a nossa força na sociedade e, para isso, precisamos de representantes”.
Pedro e Gabriel estão juntos há três anos.
Pedro e Gabriel namoram há três
anos e defendem maior envolvimento político
Protestos
Durante o evento, houve pausas na música para
discursos de defesa dos direitos dos gays. Muitas faixas e cartazes pediam
respeito. A cantora e drag queen Aretuza Lovi apresentou o show de
abertura da parada e fez um discurso com o mesmo teor. A drag queen brasiliense
Pikineia Minaj ressaltou a necessidade de votar em candidatos com pauta LGBT.
“Temos que escolher nomes que vão fazer a diferença para mudar o quadro atual”,
defende.
Agentes da Delegacia Especial de Repressão aos
Crimes por Discriminação Racial, Religiosa, por Orientação Sexual, Contra a
Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin) distribuíram material com orientações
sobre a atuação da delegacia e da rede de atendimento ao público LGBTI e
fizeram plantão no local para registro de ocorrências de crimes voltados para a
orientação sexual e a identidade de gênero.
Segundo dados do censo demográfico do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2010, o modelo
familiar formado por pai, mãe e filhos deixou de ser maioria no Brasil. Os
novos arranjos já representam 50,1% dos lares brasileiros, contra 49,9% da
formação tradicional.
Programe-se - Confira quais serão as próximas paradas do orgulho
LGBT em Brasília:
Julho — Dia 8 - Sobradinho - Ginásio de Sobradinho - Dia 22 Cruzeiro/Sudoeste - Feira Permanente do Cruzeiro - Agosto dia 5 Gama — Estádio Bezerrão - Dia 12 Taguatinga — Praça do Relógio - Dia 19 - Candangolândia — Praça das Bandeiras -
(*) Otávio Augusto -
Fotos: Luis Nova/CB/D.A.Press – Correio Braziliense
Campus Party bate recordes
*Por Deborah Fortuna
A segunda edição da Campus Party Brasília encerrou as atividades com sucesso na capital federal, e se consagrou como a terceira maior da franquia no mundo. A estimativa é de que cerca de 100 mil pessoas participaram do evento neste ano, segundo a organização. A expectativa era de 70 mil visitantes nos cinco dias de atividade.
Esse é o maior evento de tecnologia do país. Em
2018, as atividades passaram por São Paulo, Natal, Bahia, Brasília e chegam a
Rondônia, entre 1º e 5 de agosto. Será a primeira edição na região Norte. Ao
redor do mundo, são 12 países que sediam o encontro. A ideia é o que o evento
reúna jovens e amantes do assunto para trocar ideias inovadoras.
A Campus Party Brasília teve como tema de debate as
cidades inteligentes. Ontem, foi o último dia do encontro, que começou em 27 de
junho. Na programação, o público conferiu painéis, palestras, oficinas,
workshops, além de apresentações de projetos tecnológicos que podem ser
aplicados em outras áreas, como educação, saúde, agronegócio e mobilidade
urbana. Para o responsável pelo evento na capital federal e embaixador da
Campus Party Brasil, Thiago Jarjour, a recepção do público brasiliense foi
extremamente positiva.
“A nossa Campus hoje, em números, é a terceira do
mundo. Brasília está mudando, ela vem desenvolvendo um ecossistema de
empreendedorismo jovem, de startups e inovação”, comentou Jarjour. As duas
maiores edições são no México e em São Paulo. “A gente é maior que Cingapura,
Itália, Dubai. Isso é muito legal. E é um evento que é europeu, mas nós temos
duas das três maiores Campus aqui no Brasil”, completou.
(*) Deborah Fortuna - Foto: Google - Blog - Correio Braziliense